Selo vergonha alheia: 8 propagandas que seriam canceladas hoje em dia 2p4y6q

Antes de adotar uma postura politicamente correta, a publicidade brasileira já produziu pérolas do constrangimento; confira alguns exemplos 60i15

Houve um tempo em que a publicidade não tinha o menor pudor. De nudez à sexualização de crianças, ando por racismo e assédio. Todo tipo de absurdo já permeou as campanhas publicitárias que entretiam a tradicional família brasileira e ofereciam produtos ao mesmo tempo.

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Imagens de três campanhas publicitárias controversas. (Reprodução: Augusto Castro)

Com o ar dos anos, o setor se atualizou e abriu mão das narrativas duvidosas, para adotar uma postura mais responsável. Foi uma evolução necessária, analisa a presidente do Sinapro-MS (Sindicato das Agências de Propagando de Mato Grosso do Sul), Adriany Ferreira Bueno.

“A publicidade tem um impacto significativo na cultura e nas percepções do público. Ao adotar uma abordagem mais responsável e ética, a publicidade pode contribuir para a construção de uma sociedade mais tolerante e igualitária. Também reduz o risco de alienar ou ofender partes da sociedade, o que pode ser prejudicial para as marcas e seus negócios. A conscientização sobre questões éticas aumentou. É importante evoluir e promover uma publicidade mais responsável e inclusiva”, comenta Adriany.

Na opinião da presidente do Sinapro-MS, apelar para discursos controversos era a forma que alguns publicitários encontravam para tentar se destacar da concorrência, numa época em que debates sobre preconceito ou assédio, por exemplo, não eram amplamente divulgados.

“Em muitos casos, essas campanhas visavam chamar a atenção e criar impacto, com o objetivo de se destacar em um ambiente de publicidade lotado. Além disso, as normas sociais eram diferentes, e o que era considerado aceitável na publicidade refletia essas normas. Hoje em dia, essas práticas são amplamente condenadas devido a mudanças nas atitudes sociais, regulamentos mais rigorosos e maior conscientização sobre questões éticas”, completa.

Adriany explica que todas as campanhas publicitárias da atualidade seguem as normas do Conar (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária). A organização autorregulatória estabelece diretrizes e normas éticas para a publicidade em todo o país, justamente para evitar abordagens ofensivas, discriminatórias ou abusivas.

De acordo com o Conar, as mensagens ou discursos que não podem ser veiculados em campanhas publicitárias incluem:

  • Discriminação e preconceito: A publicidade não pode promover discriminação com base em raça, gênero, orientação sexual, religião, nacionalidade, deficiência ou qualquer outro critério. Também não pode veicular mensagens preconceituosas.

  • Exploração infantil: A sexualização ou exploração de crianças em campanhas publicitárias é estritamente proibida.

  • Publicidade enganosa: A publicidade não pode ser enganosa ou induzir a erro. Ela deve fornecer informações claras e precisas sobre o produto ou serviço anunciado.

  • Uso de linguagem vulgar ou obscena: Mensagens vulgares ou obscenas não são permitidas na publicidade.

  • Apologia a comportamentos ilegais ou antiéticos: A publicidade não pode promover atividades ilegais ou antiéticas.

  • Promoção de tabaco e álcool: A promoção de produtos relacionados ao tabaco e ao álcool é restrita por regulamentos específicos e pode estar sujeita a limitações.

  • Desrespeito aos padrões éticos e morais: A publicidade não deve desrespeitar os padrões éticos e morais da sociedade.

Apesar do avanço das discussões, vez ou outra, algumas campanhas ainda caem no radar implacável dos juízes da internet deixando as marcas em maus lençóis. Quem não se lembra da chacota nacional em que se transformou a campanha de uma empresa de investimentos estrelada pela Betina? Jovem que “aos 22 anos conquistou o primeiro milhão investindo apenas R$ 1,5 mil”.

Ou da emocionante, mas muito criticada campanha da Volkswagen que “ressuscitou” Elis Regina em IA (Inteligência Artificial), para a cantora estrelar a campanha de 70 anos da marca no Brasil. Em vida a artista se posicionou contra a ditadura, justamente o regime que foi apoiado pela marca.

O Primeira Página fez um retrospecto e reuniu algumas das campanhas publicitárias que seriam facilmente canceladas, caso fossem ao ar hoje em dia. Abaixo, confira a lista das 8 propagandas que merecem o selo “vergonha alheia” da publicidade – e um bônus.

Confira: 6k3c59

Mariana Ximenes para o Boticário i68

Um clássico do constrangimento, a campanha traz uma das maiores atrizes brasileiras, Mariana Ximenes, numa cena em que o duplo sentido beira o ridículo. Assista.

Garoto e a sexualização infantil 254y2j

Lançada em 1995 a propaganda traz uma série de meninos, fascinados pela beleza feminina. As crianças e atrizes, no entanto, são submetidas a uma série de situações impróprias. Tem aluno olhando por de baixo da saia da professora, espiando mulher pelada pela fechadura e até Karina Bacchi beijando um menino.

Skol e a apologia ao assédio 5g6j13

Em 2015 a Skol teve de retirar do ar uma campanha de Carnaval após ser acusada de “apologia ao assédio”. A marca divulgou um carta com a mensagem “deixei o não em casa”.

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Nova Schin e homofobia 1q3o5v

Na propaganda da extinta marca de cerveja, um homem vira alvo de zombaria dos amigos após se interessar por uma travesti. À época a empresa foi acusada de homofobia pela ABGLT (Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais).

Eu tenho, você não tem 535i64

O público infantil também sempre esteve na mira da publicidade e em 1992, uma marca de tesoura infantil lançou peça publicitaria em que incentivava a inveja entre os pequenos. Na campanha, um garoto aparece repetindo diversas vezes “eu tenho, você não tem”. A campanha feria uma resolução do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente que considera abusivo a publicidade voltada para crianças.

Betina e a ilusão da riqueza instantânea 236en

Em 2019, a empresa de investimentos Empiricus foi obrigada a tirar uma campanha do ar depois que o Conar a acusou de divulgar conteúdo enganoso. No vídeo, a jovem Bettina Rudolph, de apenas 22 anos, disse ter acumulado R$ 1 milhão de reais em apenas 3 anos investindo em ações com aporte inicial de aproximadamente R$1,5 mil. No final das contas, Bettina foi obrigada judicialmente a comprovar renda e a Empiricus foi multada pelo Procon em R$ 58 mil. A campanha ainda virou meme nas redes sociais.

Nestlê e a professora j5x6a

Mais um exemplo de propagandas que sexualizam crianças, nesta, um estudante narra em tom malicioso como foi a noite dele com a professora de ciência. A peça é construída dando a entender que “pintou um clima” entre a criança e a mulher.

Nova Schin e o homem invisível tarado 6ay1x

Houve um tempo em que as propagandas das principais marcas de cerveja do país, tinha um mesmo cenário: praia e mulheres de corpo escultural com o mínimo de roupa. A Nova Schin seguiu a mesma cartilha e em uma destas campanhas foi além, mostrou um “homem invisível” apalpando as mulheres na praia. A campanha virou alvo de grupos feministas que acusaram a peça de incentivar o assédio contra as mulheres.

BONUS – Elis Regina e Volkswagen 434g3q

Uma das mais recentes polêmicas da publicidade brasileira, a campanha traz Elis Regina em IA (Inteligência Artificial) dirigindo um Kombi enquanto canta ao lado da filha, Maria Rita, o sucesso atemporal “Como Nossos Pais”. Apesar de emocionante, a peça foi bastante criticada pelos fãs da cantora. Elis se posicionava contra a ditadura, que foi apoiada pela marca. O Conar chegou a abrir um processo após consumidores questionarem se é ético o uso da inteligência artificial para reproduzir a imagem de pessoa falecida. Em agosto, contudo, o órgão arquivou a apuração.

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