O BQQ (Bairro Que eu Quero), quadro de jornalismo comunitário do telejornal MS1 retomou as reivindicações dos moradores de Campo Grande indo aos bairros São Jorge da Lagoa e Guanandi. Por lá, os bueiros sujos são alvo de reclamação e o repórter Caio Tumelero foi ouvir a comunidade.
(Galinhas fazem festa com água que transborda de bueiros) Foto: Mateus Nunes
Juarez Afonso de Oliveira é aposentado e a a tarde de olho no movimento do bairro para ver se flagra alguém jogando esse lixo todo no chão, desrespeito que para nas bocas de lobo.
“Pois é, como eu te falo, a gente não tem para onde ir, os vizinhos também não ajudam e fica essa ‘podrigueira’ todo dia na casa e na rua”, reclama.
Garrafas, sacolinhas e copos se misturam com água suja que sai de um condomínio vizinho e que escorre rua abaixo. É um crime ambiental ível de multa, além do incômodo.
Até galinhas estavam por aqui em busca de alimento em meio ao lixo.
“Nós não temos paz para ficar na frente de casa, nada, porque é calor lá dentro. Você vem para fora, é o mau cheiro, boca de lobo entupida, é dessa forma”, afirma o morador Hugo Afonso da Silva.
Ainda conforme o morador, as tentativas de solucionar o problema no bairro São Jorge da Lagoa, foram, muitas.
“Eles dizem que não tem tempo hábil, que assim que tiver uma equipe por volta da redondeza que eles vão solucionar o problema. Mas isso se arrasta por tempos já. Vish, bastante”.
Na rua Túlio Alves Quito, o mesmo problema. Outro bueiro, dessa vez aberto e acumulando muito lixo.
“Eram uns trilhos que tinha ali. Os próprios moradores jogam. E aí na hora que vem a chuva, vem a enchente aqui e as primeiras casas enchem tudo”.
Willian Lombardi , promotor de vendas
(Bueiros com lixos amontoados)Foto: Mateus Nunes
Dona Maria Nélida mora próximo do bueiro, ela é a falou é a primeira a sofrer os impactos quando chove. Foi ela, inclusive, quem chamou o BQQ até o bairro com um pedido de socorro, porque o bueiro quando não aguenta a enxurrada, leva tudo para dentro da casa dele.
“A gente precisa de uma grade aqui né? Eu peço encarecidamente aos órgãos públicos que venham colocar e ver nosso sofrimento aqui. Eu tenho uma filha que é cadeirante, eu tenho uma criança autista, meu neto também é traumatizado da água. Choveu e ele já quer ir embora, não quer ficar. É um choro, um desespero”, conta indignada.
Caio foi conferir de perto o problema, dentro da casa da moradora, que dessa vez, estava sem água, mas com estragos são visíveis, principalmente nas paredes.
Moradora mostra como as paredes de casa após a água descer (Foto: Mateus Nunes)
“Se chover, eu deixo apavorado todo mundo aqui. Começo ligar, começo ficar nervosa. Aí eu começo a tirar as coisas, erguer para não molhar, porque já perdi tudo, né? Documento, guarda-roupa, armário, geladeira”, explica.
O pedido dela é um só: uma grade para evitar a entrada de lixo e limpeza dos bueiros.
“Eu quero que resolva, porque deve ter um jeito de não encher mais.”, pede a moradora.
E o BQQ foi atrás de respostas e nesta terça-feira (17), a Maria Nélida, esteve com o Secretário da Sisep (Secretaria Municipal De Infraestrutura E Serviços Públicos), Domingos Sahib Neto.
“A limpeza é feita pela Soluerb como pela Sisep. Temos uma equipe com engenheiro, três caminhão e nove colaboradores. A gente tenta atender os pontos de emergência. Quero pedir que a população faça o pedido pelo 156 e que a sociedade não faça o descarte irregular, caindo na caixa entupido o local”, conta o secretário.
Além disso, ele pediu o prazo de duas semanas para resolver os problemas de limpeza e cobertura dos bueiros dos dois bairros.
Reho 1b1h1
O reho do BQQ anotou o prazo e no dia 31 de outubro vai mostrar se o problema foi ou não resolvidos nos dois locais.
