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Longlegs e a força do marketing 564i2k

Filme focou estratégia de divulgação na aparência de Nicholas Cage, todo transformado para viver um serial killer 4x412z

A expectativa era alta.

Nas redes sociais, Longlegs – Vínculo Mortal era tratado como a grande chance de salvar o ano do terror, escasso de boas produções.

(Foto: Reprodução)
(Foto: Reprodução)

Pouco se sabia do filme, no entanto.

O marketing, todo, foi em volta de Nicholas Cage e sua maquiagem para viver o serial killer apelidado com o nome do filme.

Ele estaria irreconhecível, os envolvidos pela produção alardeavam.

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A atriz Maika Monroe, que vive a agente do FBI Lee Harker, teria ficado desconfortável ao contracenar com Longlegs. A produção não a deixou ver o colega até a cena em que contracenam juntos para que o impacto fosse real.

Tudo muito pensando para criar a expectativa que realmente se criou.

E o próprio início do filme nos leva a termos essa sensação de desconforto.

Longlegs aparece contracenando com uma menininha. Mas enquanto a inocente candidata a vítima aparece por inteiro, o diretor Ozgood Perkins só nos permite ver o queixo e a boca do assassino.

A voz que Cage emprestou ao maluco também é assustadora.

Pronto. Receita completa.

A audiência continua presa.

Mas…

Sempre falo, quando a expectativa é alta, o produto precisa estar à altura.

Quando pensei em escrever sobre Longlegs, tinha comigo a obrigação de não revelar a aparência de Cage para, justamente, manter o mesmo suspense que eu vivi.

Só que nem todos pensam como eu.

Basta olhar as redes sociais, o Youtube, e o próprio Google para que as imagens do assassino estejam disponíveis.

Então, decidi falar sobre a maquiagem usada.

Sinceramente, não gostei nem um pouco.

Senti, na verdade, não medo, mas pena do personagem. O rosto que os maquiadores impam a Longlegs não é diferente daqueles que encontramos em programas reais de pessoas que ficaram deformadas após procedimentos de cirurgias plásticas mal feitos.

(Foto: Reprodução)
(Foto: Reprodução)

Qual o motivo desta escolha?

Não há nenhuma explicação no filme.

Fica tudo a critério do público.

Ele nasceu assim?

Ele, realmente, fez um monte de plástica que deu errado?

Foi ele mesmo quem fez os procedimentos em si?

Nada. Nem uma dica.

Penso que precisavam mesmo, para alavancar o filme, pensar numa estratégia de marketing para impulsionar o filme.

E alguém teve a ideia que foi colocada em prática, deixando o diretor e os roteiristas sem muito o que trabalhar para justificar.

Dito isso, vamos à história do filme ado nos anos 90.

Uma agente do FBI novata é convidada a participar da principal investigação do bureau. A busca pelo assassino que, sem vestígios de entrar na casa das pessoas, mata famílias inteiras.

Pelo menos dez foram contabilizadas.
A agente Lee Harper tem uma espécie de sexto sentido. Um “vínculo mortal” com o assassino a ponto de conseguir adivinhar onde ele estaria agindo e decifrar uns códigos malucos que ele deixa em cartas nas casas das vítimas.

Apesar de todo o estardalhaço de marketing – que garantiu mais de US$ 100 milhões nas bilheterias ao redor do mundo — Longlegs não é pra qualquer um.

Os críticos têm adorado. O público em geral, nem tanto.

É o que aponta o Rotten Tomatoes – site de avaliação de filmes que gosto de usar como termômetro, 86% de aprovação dos críticos e 60% da audiência.

Isso significa que o marketing funcionou. Levou gente aos cinemas. Mas quem viu, não gostou tanto assim.

Por que essa diferença entre as avaliações de especialistas e leigos?

Porque Longlegs é um filme de narrativa lenta. Desprovido da ação quase obrigatória em tempos pós pirotecnia visual da Marvel.

É preciso paciência para acompanhar os os de Harper rumo à solução dos crimes.

Não há jump scares, aqueles sustos proporcionados pelo aumento no volume do som.

Nem mesmo quando o assassino é capturado, temos algum tipo de movimentação.

Tudo é muito lento, ivo. As cenas são arrastadas.

A paleta de cores e os enquadramentos utilizados para nos sentirmos como a protagonista, mergulhada num mundo de tristeza e ividade. Essas ferramentas, no entanto, cujo uso correto encanta os críticos, a, muitas vezes, despercebidas do grande público que não tem, em sua grande maioria, conhecimento para dicerni-los.

Quantas pessoas perceberam, por exemplo, que a mesa de jantar do protagonista de Cidadão Kane ficava maior a cada vez que ele se distanciava, em ações, de sua esposa? É genial ter os elementos de cena funcionando como linguagem. Mas, infelizmente, é imperceptível pra muitos.

Talvez se fosse mais literal, funcionasse melhor para o grande público.

Outro ponto a ser destacado é que temos uma protagonista carente de carisma.

Ela é antissocial. Pouco fala e parece estar sempre numa profunda tristeza.

E quando Longlegs aparece de vez, a sensação de frustração é enorme.

A não ser pela aparência grotesca, nada nos leva a ficar com medo real da criatura.

A sequência da loja de ferramentas chega a ser constrangedora com a brincadeira do cuco.

Pra mim, faltou mais Longlegs no filme.

Nitidamente, a personagem central é Harper e seus demônios. A relação conturbada com a mãe, seu jeito de ser. Deveria ser o assassino e o que o levou a esse comportamento e modus operandis de seus crimes.

Se o marketing merece nota 10, o filme fica no 6.

Nada além disso.

Muito aquém de Seven (1995) e O Silêncio dos Inocentes (1991), obras que considero espetaculares e que serviram de comparação –a meu ver – exageradas com Longlegs.

Se vai vir a se tornar um clássico, o futuro dirá.

Mas o público precisa se preparar para o ritmo da narrativa.

Há boas opçõe pra isso.

A série True Detective, temporadas 1 e 3 e O Zodíaco, filme ótimo de 2007, mas também arrastado, com o trio espetacular Robert Downey Jr, Jake Gyllenhaal e Mark Ruffalo.

E se você ainda quiser apostar em Longlegs, sugiro que conheça um outro trabalho do diretor Ozgood Perkins.

Ele deveria entender muito de assassino em série e de problemas entre mãe e filhos.

O cidadão é filho de Anthony Perkins, intérprete de Norman Bates. O serial kller de Psicose (1960).

Em 2015, Ozgood Perkins flertou com os temas que permeiam Longlegs. A rejeição dos pais e os limites entre fé e sanidade mental, ao dirigir February – A Enviada do Mal (2015) disponível na Prime Video.

Além dos temas, a obra tem o mesmo ritmo de Longlegs.

O suspense permeia a história de estudantes de um colégio interno que não voltam para a casa nas férias e precisam lidar com uma situação de possessão demoníaca.

A exemplo de Longlegs, não há muita explicação durante os acontecimentos. Você vai sendo levado, aos poucos, a montar o quebra-cabeças até a revelação final.

Eu gostei desse filme mais do que eu esperava.

Vale como um bom aquecimento em casa antes de dar uma pernada no cinema.

Este conteúdo reflete, apenas, a opinião do colunista Toda Sexta é 13, e não configura o pensamento editorial do Primeira Página.

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