A Piscina Infinita das Pobres Criaturas 6c5q3e
Dois filmes discutem a criação de pessoas a partir de experimentos e mostram o quanto precisamos evoluir moralmente para acompanhar a ciência 5mwm
No próximo dia 10 de março, data da cerimônia do Oscar-24, Oppenheimer pode ganhar um presente de grego.
Do grego Yorgos Lanthimos, diretor de Pobres Criaturas.
Ele conseguiu fazer um filme extremamente agradável a partir de uma premissa absurda.
O médico/cientista maluco Godwin Baxter (William Dafoe), todo deformado por experiências com o próprio pai, pega o corpo de uma suicida grávida e transplanta o cérebro do bebê na mãe.
A criatura que surge dessa cirurgia é Bella Baxter, um prato cheio para mais um show de interpretação de Emma Stone (Histórias Cruzadas, La La Land, Homem Aranha).
Em preto e branco, Yorgos cria cenários goticamente atraentes dentro da mansão onde vive com o médico, uma criada e um secretário que deve reportar os os de Bella.
os desengonçados de um bebê num corpo adulto. os que só podem ser dados dentro da casa. Bella é prisioneira sem saber.
Até que conhece Duncan Wedderburn (Mark Ruffalo, o Hulk de Os Vingadores), um advogado bon vivant que se encanta de cara com a jovem linda e misteriosa.
Esperto, ele logo percebe a sana da menina em conhecer o mundo e convence Godwin a permitir que ela o acompanhe numa viagem a Lisboa.
A partir da chegada de Bella à realidade, o filme ganha cores. E massacra o machismo intrínseco em todos os personagens que conhecia até então.
Pobres Criaturas, uma ode à liberdade da mulher, é inteligente, engraçado e acompanha o amadurecimento moral de Bella com as mais inusitadas situações.

Já conhecei Lanthimos, de O Lagosta (disponível na Netflix), um filme bem maluquinho sobre a obrigatoriedade de as pessoas conviverem em casais. Aqui ele também fala de livre arbítrio. Apesar de interessante, fica
anos luz atrás de Pobres Criaturas em qualidade e carisma.
Com 11 indicações ao Oscar, incluindo filme, diretor, ator e atriz, Pobres Criaturas pode ser a bomba atômica sobre os planos de conquista mundial Christopher Nolan e Cyllian Murphy. Só pra constar, Oppenheimer concorre a 13 estatuetas.
Duelo maravilhoso de se ver 3h6w50
Dito isso, quero ressaltar o princípio de Pobres Criaturas. Trazer alguém de volta à vida usando a ciência. Lanthimos buscou inspiração nítida em Frankenstein ou, se preferirem, em A Noiva de Frankenstein. Coloca o cérebro no lugar, junta os órgãos e uma descarga elétrica faz o serviço que deveria ser apenas de Deus.
Hoje, a tecnologia nos mostra que é possível criar vida sem precisar de um laboratório arcaico, um cientista maluco e choques elétricos.
Premissa que o cineasta canadense Brandon Cronenberg explorou em Piscina Infinita (Infinity Pool, 2023), disponível para streaming no canal Telecine.
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