Flagrante: carro leva meninos com pernas para fora a caminho de futebol 2yh42
O registro foi feito por uma empresária, de 35 anos, que não quis se identificar. As imagens mostram um carro na Avenida Cônsul Assaf Trad, em Campo Grande (MS), conduzido por um homem de 64 anos, com 16 crianças dentro. Três delas estavam no porta-malas com os pés para dora do veículo que comporta até […] 1l6a4
O registro foi feito por uma empresária, de 35 anos, que não quis se identificar. As imagens mostram um carro na Avenida Cônsul Assaf Trad, em Campo Grande (MS), conduzido por um homem de 64 anos, com 16 crianças dentro. Três delas estavam no porta-malas com os pés para dora do veículo que comporta até cinco pessoas, contando com o motorista.
Após o flagrante, o condutor foi localizado. José Ferreira de Andrade é professor de futebol e dá aulas para crianças carentes em um projeto social. Segundo ele, sua renda mensal é de R$ 1,9 mil e a ideia é que os participantes da escolinha tenham um futuro no esporte.

“Sou professor voluntário e tenho esse projeto social há 20 anos. Não tenho outro recurso e faço isso para levar as crianças para jogarem nos campeonatos. Eu toco ele [projeto] sozinho. Levo a gurizada desde muito pequena para jogar na comunidade Tia Eva, para fazer treinos no bairro Mata do Jacinto onde tem uma quadra de futsal e também lá na região do Nova Lima e no bairro Estrela Dalva”, disse.
José Ferreira, também conhecido como Esquerdinha, é pai de dois filhos que o acompanham nos campeonatos de futebol. Ele ite que já colocou outras crianças no veículo. Porém, ultraar o limite que o carro transporta, e transportar pessoas sem segurança no veículo, fora dos bancos, sem o cinto de segurança, é infração ível de multa.
“Eu tinha o sonho e montei o Esporte Clube Esquerdinha. Desde 2007 somos federados e já conquistamos muitos troféus. Teve jogador que saiu daqui e foi para o interior de São Paulo, Pará, Paraná, muitos lugares. Nesse carro mesmo, uma vez enchi de crianças e fomos para uma peneira que teve aqui do Corinthians. De lá, escolheram 8 crianças nossas.”

O professor conta que o projeto social não possui sede ou recursos que não sejam o salário dele. Segundo José, o que o une às crianças é o amor pelo futebol, e ele afirma que não pretende parar de ajudar quem tem um sonho dentro das quatro linhas. Para ele, o ideal seria ter um ônibus para transportar os menores.
“A maior vontade que tenho é ter um ônibus para levá-los, para participarem de peneiras e jogarem em vários outros bairros, outras cidades do estado”, disse.
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Agetran diz que fato é inaceitável 2z4m2h

Ivanise Rotta é chefe da Agetran (Educação para o Trânsito da Agência Municipal de Transporte e Trânsito) e afirmou que o motorista poderia acabar por “amputar as pernas” das crianças e que esse fato é “inaceitável”.
“Uma colisão de um veículo deste, mesmo que a velocidade não esteja excessiva, seria uma tragédia. Sem cinto de segurança, todo mundo amontoado, um vai batendo a cabeça no outro. As chances existem e é algo real”.
“Nós entendemos que há um problema social, então, devemos buscar soluções e jamais colocar em risco, dizendo que está fazendo um bem maior. O trabalho preventivo é essencial para que não tenhamos que remediar o irremediável, porque, quando se perde uma vida, principalmente de criança, não há nada que conforte a família. Não há nada que faça a sociedade aceitar a morte de uma criança por negligência”, complementou.