Pela 1ª vez no ano, MS tem qualidade do ar ruim c6v14
O domingo em Campo Grande foi marcado por muito calor e céu coberto por uma neblina de fumaça; consequência dos incêndios no Pantanal e na Amazona 2s5w2c
Um dia “cinza”, de muito calor, mas de céu coberto por uma neblina de fumaça. Assim foi o domingo (19) em Campo Grande. Com umidade em 25% e temperatura máxima de 34°C, a capital de Mato Grosso do Sul registrou o pior índice de qualidade do ar neste ano, segundo o Projeto QualiAR da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul).
Segundo o professor Widinei Alves Fernandes, até esse domingo o pior índice do ano era “moderado”, mas o aumento dos incêndios no Pantanal na última semana tem feito a situação piorar a cada dia.
“A situação está se agravando. Quando entra na faixa moderada, devemos tomar outros cuidados. A última atualização feita já aponta um caminhado pior para qualidade do ar”, detalha o pesquisador.

O doutor em geofísica espacial e professor do Instituto de Física da Universidad, explica que os corredores de nuvens têm facilitado a chegada da névoa de fumaça as cidades do estado e até em outros estados brasileiros e países fronteiriços, como Paraguai e Bolívia.
“O aumento de fumaça foi devido a chegada dessa pluma, em decorrência das queimadas que ocorreram no Pantanal e também na Amazônia. Isso mostra que a poluição do ar é um problema transfronteiriço, ou seja, que regiões relativamente distantes podem impactar outras regiões”
O meteorologista do Cemtec-MS (Centro de Monitoramento do Tempo e Clima de Mato Grosso do Sul) Vinicius Sterling, reforçou que o avanço da fumaça do Pantanal também é maximizado pelos incêndios na Amazônia.
“A fumaça que está chegando em outros estados não são apenas do Pantanal, também tem influência da Amazônia. A situação se maximiza em Mato Grosso do Sul e vai para outras regiões. Na Amazônia boliviana também há focos de calor, o que contribui para chegada de fumaça em outros estado”.
A situação só deve ser amenizada com a tão prometida chuva, que deve cair ainda deste domingo.
A mudança ocorre devido ao intenso fluxo de calor e umidade vinda da Amazônia, aliado ao avanço de uma frente fria oceânica. Além disso, a atuação de uma área de baixa pressão atmosférica sobre o Paraguai e o transporte de cavados favorecem a formação de nuvens e chuvas no estado.
Em algumas cidades já o registro de temporal, como Água Clara e Chapadão do Sul.