Vídeo mostra PM dando tapa em rosto de mulher após ser confrontado em Vera 5v6t6p
No vídeo, o sargento dá um tapa no rosto de uma mulher, empurra outra que estava com uma criança no colo. o315u
Um vídeo de câmera de segurança que circula nas redes sociais nesta quarta-feira (4) mostra uma abordagem policial que terminou em confusão no município de Vera, a 486 km de Cuiabá.
As imagens registram o momento em que um dos policiais, identificados como 2º sargento Warley de Morais Oliveira, da Guarnição de Policiamento Militar (GUPM), aparece agredindo três pessoas durante a ação, ocorrida no domingo (1).
No vídeo, o sargento dá um tapa no rosto de uma mulher, empurra outra que estava com uma criança no colo — que se desequilibra e bate contra um carro estacionado — e, em seguida, arrasta um homem pelos pés, aparentemente rendido no chão. Ao final, ele e outro militar carregam o homem para fora da cena. Veja:
Segundo o capitão Ismael Assis, comandante da PM em Vera, os policiais foram acionados após o dono de um estabelecimento relatar ameaças de morte feitas por um grupo, envolvendo inclusive sua filha de 10 anos. Conforme versão da guarnição, as mulheres filmadas teriam ameaçado tanto os militares quanto os funcionários da empresa.
O comerciante José Milton confirmou ao Primeira Página que precisou fechar as portas após o ocorrido e relatou medo por parte dos funcionários. “É lamentável. Dois dias depois eles estão soltos. Ameaçaram minha filha e os trabalhadores. Tem gente com medo de ir embora para casa”, relatou.
O que diz o sargento 5d2h27
Em nota enviada ao Primeira Página, o sargento Warley alegou que a abordagem registrada no vídeo foi um “recorte parcial e descontextualizado” da ocorrência, e que os indivíduos envolvidos têm histórico criminal por tráfico de drogas, associação criminosa, desacato e ameaça.
O policial explica que os homens cercaram e agrediram fisicamente os policiais, e um deles chegou a tomar o bastão de um militar e tentou usá-lo para atacá-los. Vídeo que gravado por outro ângulo mostra início da confusão:
A mulher empurrada com a criança, segundo o sargento, “interferiu na ação policial de forma desrespeitosa”, desobedecendo ordens legais e tentando impedir a prisão. A resposta física, conforme sua defesa, foi “técnica, proporcional e necessária”, respaldada pelo Código Penal e pelas normas de uso diferenciado da força.
A Polícia Militar instaurou um Inquérito Policial Militar (IPM) para apurar os fatos. Enquanto durar a investigação, o sargento foi remanejado para funções istrativas.
Veja nota do sargento na íntegra:
A ação da qual se originaram as imagens foi resultado de uma ocorrência de alta complexidade, envolvendo três indivíduos com histórico de envolvimento em organização criminosa, amplamente conhecidos pela comunidade local por ameaçar de morte moradores, intimidar comerciantes e desafiar reiteradamente a autoridade policial.
Durante a intervenção, os suspeitos não apenas se recusaram a cumprir ordens legais como também adotaram postura agressiva e violenta. Três deles investiram fisicamente contra a equipe policial, sendo que um chegou a subtrair o bastão tonfa de um dos policiais e tentou utilizá-lo para agredir os militares, colocando em risco a integridade física dos agentes públicos em serviço.
Importa destacar que a ação registrada no vídeo representa apenas um recorte parcial e descontextualizado de toda a dinâmica da ocorrência. Não mostra, por exemplo, o momento em que os policiais são cercados, verbalmente afrontados e fisicamente agredidos. Situações como essa exigem respostas técnicas, rápidas e proporcionais, como forma de conter o avanço da hostilidade e preservar a segurança de todos os envolvidos — inclusive dos próprios agressores.
No curso da abordagem, uma mulher — ligada aos suspeitos — ou a interferir diretamente na atuação policial, aproximando-se de forma desrespeitosa, desacatando os agentes e tentando impedir fisicamente a prisão dos envolvidos. Diante da sua insistência, mesmo após ordens legais de afastamento, foi necessário adotar um gesto físico de contenção para restabelecer a ordem e garantir a continuidade da ação policial, evitando que a situação evoluísse para uma aglomeração ainda maior, com risco real de tumulto generalizado.
O ato foi pontual, técnico e proporcional ao grau de interferência e desacato praticado por ela, estando amparado pelo princípio da legalidade, pelo estrito cumprimento do dever legal (art. 23, III, do Código Penal) e pelas normas de uso diferenciado da força, que preveem intervenções físicas mínimas e graduadas conforme o comportamento de resistência apresentado.
Além da resistência ativa, os abordados apresentavam extenso histórico criminal, com registros anteriores por tráfico de drogas, ameaça, associação criminosa e desacato. Tais antecedentes e a conduta violenta praticada no momento da abordagem evidenciam que a reação da guarnição foi necessária, legal e respaldada por protocolos de controle e contenção em conformidade com a legislação vigente.
A Polícia Militar não atua com base em impulsos, mas sim por treinamento, disciplina e compromisso com a legalidade. Toda ação realizada está documentada e será submetida à análise técnica e imparcial das autoridades competentes.