Um ano após morte de advogada por filho de deputado, família lamenta decisão judicial 652il
Ato em defesa das mulheres cobrou a solução deste e de outros 49 feminicídios registrados no Estado, em 2023 645l6i
Nesta quinta-feira (18), completa-se um ano da morte de Thays Machado e no namorado dela, Willian César Morena. O autor dos disparos que mataram o casal, Carlos Alberto Gomes Bezerra, de 58 anos, filho do ex-deputado federal e atual suplente, Carlos Bezerra (MDB), está em prisão domiciliar.

A concessão da prisão em domicílio, há dois meses, foi a última movimentação do caso que segue em segredo de justiça, por se tratar de um crime de violência doméstica.
O Primeira Página, Denise Machado, mãe de Thays, disse que o que sobra é a certeza da impunidade. Após a concessão da prisão domiciliar a Carlos Alberto, o sentimento que fica, segundo ela, é de tristeza e mágoa, principalmente com as decisões da Justiça.
“Estou indo à missa, é a hora que a gente chora e lembra. Eu sou mãe solo, então eu cuidei desde pequenininha. É difícil, muito difícil, eu fico muito indignada mesmo”, comentou Denise.
O caso da advogada soma-se a outros 49 feminicídios registrados em Mato Grosso em 2023. Uma triste realidade que deixa marcas não somente na família, mas em toda a sociedade.
Ato em defesa das mulheres 54la
Para tentar dar voz às vítimas de feminicídio e às famílias enlutadas, manifestações foram realizadas, nesta quinta-feira, em sete municípios do Estado. No ato, inúmeras pessoas se reuniram para pedir o fim da violência contra as mulheres.
Em Cuiabá, o ato público foi realizado na Praça Ulisses Guimarães. Na ocasião, foi apresentado um documento intitulado “Ato por Justiça para as mulheres de Mato Grosso” e que está assinado por mais de 170 instituições.
O movimento de mulheres destacou uma série de reinvindicações para os poderes públicos. Estas ações, segundo elas, podem diminuir o número de feminicídios no Estado.
- Entre os pedidos estão:
Para o TJMT (Tribunal de Justiça) – o fim de prisão domiciliar para acusados de feminicídio; - Para o Governo do Estado – a implantação do plano estadual de políticas públicas para mulheres, com orçamento suficientes para o cumprimento das das medidas;
- Para o TCE (Tribunal de Contas do Estado) – que cobre a execução em programas e orçamentos.
Casos em 2024 396i26
O começo de 2024 está sendo marcado por mortes violentas de mulheres no Estado. Um dos casos foi o assassinato de uma mulher trans em Lucas do Rio Verde, a 360 km de Cuiabá, por um empresário, na terça-feira (16).
Ainda nesta semana, outra mulher foi morta a facadas pelo ex-companheiro também em Lucas.
O histórico de crimes no Estado ascendeu o alerta para mais de 170 instituições que se juntaram para o “Ato por justiça para as mulheres de Mato Grosso”.
Para as organizadoras da manifestação que pede o fim do feminicídio, o manifesto assinado pelas instituições faz um alerta aos números que ano após ano, flutuam em torno da omissão dos poderes públicos: 38 mulheres mortas em 2018; 39 em 2019; 62 em 2020; 43 em 2021; 47 em 2022; e 49 em 2023.