Sobrevivente de atentado com 2 mortes jogou suspeita contra desafeto 556aw
Alvo de emboscada que acabou em morte por engano de dois adolescentes já recebeui alta e prestou depoimento ao Garras 2h253i
O alvo da emboscada que resultou no assassinato por engano de dois adolescentes em Campo Grande, na noite de sexta-feira (3 de maio), no bairro Aero Rancho, foi ferido no joelho e ainda na barriga, de raspão. Pedro Henrique Silva Rodrigues, de 19 anos, já recebeu alta e prestou depoimento no Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubo a Bancos, Assaltos e Sequestros) no domingo (5).
Os delegados responsáveis pelo flagrante de quatro homens pelo crime deram informações à imprensa nesta segunda-feira (6)

Na conversa com os policiais, Pedro Henrique disse que os dois atiradores estavam de roupa escura e capacete na hora do atentado. Segundo ele, ambos estavam armados e atiraram, informação contrastante com os depoimentos já colhidos, segundo os quais apenas um jovem de 19 anos, que está sumido, teria descarregado uma pistola 9 mm.
Esse rapaz, é procurado, assim como o armamento. O nome dele é João Vítor Souza Mendes, descobriu a apuração do Primeira Página.
Desafeto apontado como suspeito foi liberado 65q3b
No seu depoimento, o sobrevivente indicou como suspeito de disparar contra ele um desafeto, de 23 anos, que chegou a ser levado para a delegacia no fim de semana, junto com outros dois rapazes, integrantes de um suposto grupo rival de Pedro Henrique.
Um dos outros dois homens foi alvo de uma tentativa de assassinato duas semanas atrás, que chegou a ser considerada o estopim para o planejamento do ataque.
Testemunhas ouvidas no lugar das mortes também apontaram o rapaz de 23 anos como sendo o atirador. Ouvido na delegacia, ele acabou sendo liberado, assim como os outros dois, por falta de elementos comprovando sua participação nos fatos.
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Na sequência, a linha investigatória acabou mudando, com a localização de Rafael de Souza Mendes, 18 anos, com uma arma irregular, pelo Batalhão de Choque da Polícia Militar. Rafael, o “Jacaré”, estava na mesma rua do crime.
Além da posse do armamento, ele confessou, segundo a polícia, ter guardado a motocicleta usada na emboscada. Com queixa de roubo do mês de abril, a moto de cor preta foi apreendida e encaminhada à Defurv (Delegacia Especializada de Repressão a Furto e Roubo de Veículos).
A partir das informações do primeiro capturado, foram localizados mais dois envolvidos, Nicollas Inácio, de 18 anos, e o motorista de aplicativo George Edilton Dantas Gomes, de 40 anos, contratado para dar fuga ao grupo.
Embora ele tenha dito não saber da empreitada criminosa, a investigação demonstrou que estava sim informado e por isso vai responder como particípe dos dois homicídios qualificados e da tentativa de homicídio.
O quatro preso é Kleverton Bibiano Apolinário da Silva, o “Pato Donald”, de 22 anos, que cumpre pena por tráfico no presídio estadual de segurança máxima, em Campo Grande.
Foram encontradas evidências de ter partido dele, de dentro do cárcere, a orientação para o crime. A Agepen (Agência de istração do Sistema Penitenciário) está investigando a presença do celular na cela do interno.
No interrogatório no Garras, “Pato Donald” adotou o silêncio.
Em coletiva nesta tarde, os delegados do Garras Guilherme Scuguglia e Pedro Miranda deram informações sobre o caso.

De acordo com eles, os quatro celulares apreendidos com os homens presos são de suma importância para fechar o quebra-cabeça da investigação.
“Já foi representado pela quebra do sigilo.”
Delegado Pedro Miranda
Sobre a disputa pelo tráfico de drogas que seria o pano de fundo do atentado, os delegados informaram que a atuação do grupo nesse tipo de crime será investigada em inquérito à parte.
O delegado Scuguglia elogiou o trabalho integrado para chegar aos resultados apresentado. As diligências reuniram policiais do Garras, do GOI (Grupo de Operações e Investigações) e do Batalhão de Choque da Polícia Militar, que informou ter tido apoio ainda da Ficco (Força Integrante de Combate ao Crime Organizado).
Todos os quatro capturados estão no Garras e vão ar por audiência de custódia, na qual o juiz de plantão verifica se as prisões cumprem os requisitos legais e decide se mantém ou libera os flagranteados. O Garras já pediu a conversão das detenções em preventivas.
A partir de agora, o caso vai para a 5ª Delegacia de Polícia Civil, no bairro Piratininga, responsável pela área. Anteriormente, havia a previsão de que o inquérito fosse para a DHPP (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Homicídios e Proteção à Pessoa), mas diante da identificação dos autores, ficará com a unidade setorial e não na especializada.