Saiba o que disse à polícia filho de homem que empurrou menina em escola de MS 51694j
Depoimento especial da criança envolvida em episódio taxado como racista em escola municipal de Campo Grande acrescentou novos componentes à investigação 3d7229
O depoimento do menino de 4 anos cujo pai invadiu uma escola municipal de Campo Grande para separá-lo de uma coleguinha da mesma idade adicionou novos componentes à investigação, até então tratada como uma contravenção e não como episódio de racismo, como defende a família da menina, que é negra.
A criança, segundo o conteúdo ao qual o Primeira Página teve o, revelou que o pai não gostava que outras crianças a tocassem e, ainda, que só gosta de quem tem “olho azul” e não gosta de quem tem “olho castanho”.
A informação foi prestada pela criança à Polícia Civil durante depoimento especializado, conforme a investigação jornalística.
Vale lembrar que esse tipo de entrevista é feito por uma psicóloga infantil, em ambiente preparado para que a criança se sinta confortável para falar sobre situações que possam revelar cometimento de crimes.
Nesta quinta-feira (14) a advogada da família da menina, Lione Balta, informou através do Instagram que nesta sexta-feira (15) divulgará “novas e importantes provas” sobre o episódio.
“O caso terá um importante e forte desdobramento”.
Lione Balta, advogada
O inquérito 3i6q22
O caso estava sendo tratado como vias de fato, que sequer é crime, apenas contravenção.
Caso seja identificado tom racista, a apuração do PP indica que, o inquérito pode ar a ser de injúria racial. Desde janeiro de 2023, a injúria racial é um crime equiparado ao de racismo, com pena de até 5 anos de reclusão.
Na definição legal, incitar comportamentos preconceituosos também deve ser punido na forma da lei.
A diferença entre injúria e racismo é que a primeira diz respeito a crimes cometidos contra uma pessoa apenas e o segundo quando envolve um coletivo.
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O empurrão 6s3c5n
A cena ocorreu na Escola Municipal Professora Iracema de Souza Mendonça, no bairro Universitário, e veio à tona graças a câmera de segurança que flagrou a atitude do pedreiro.
Na imagem é possível ver o momento em que a menina, também de 4 anos, se aproxima e dá um abraço no coleguinha. Ao ver a situação o homem invade a escola e empurra a criança.
O pedreiro ainda aponta o dedo para a criança enquanto tira o garoto de perto da aluna.
À polícia, o pai alegou que o filho tem fobia e não gosta que pessoas o abracem, pois chora a cada vez que isso ocorre. Ele também afirmou ter pedido para que a monitora e a diretora da escola separassem os dois, o que não foi atendido.
Foi então que, conforme a polícia, o pai entrou na unidade de ensino, empurrou a diretora e foi até as crianças afastá-las.
Ele pegou o filho e foi embora. Em depoimento, ele disse que se arrependeu logo depois, ao chegar na esquina, voltou à escola e foi até a sala da direção.
A Guarda Civil Metropolitana foi acionada e conduziu os envolvidos para a DEPCA (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente), onde foi lavrado um Termo Circunstancial de Ocorrência.
Desde que os fatos vieram à tona, o Primeira Página tenta contato com o pai do menino, sem êxito. O espaço segue aberto para o posicionamento dele.