Quadrilha usava selo falso da Anatel em eletrônicos ilegais em Cuiabá 6v2t5i
A investigação teve início após uma ação fiscal da Receita Federal, que identificou discrepâncias nas importações e movimentações financeiras das empresas envolvidas 3pt23
Uma organização criminosa investigada por comércio ilegal de eletrônicos, em Cuiabá e Várzea Grande, utilizava estratégias sofisticadas para simular legalidade, incluindo a falsificação e o uso indevido do selo da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) em produtos sem homologação.
A revelação foi feita durante operação deflagrada nesta terça-feira (29) pela Polícia Federal em conjunto com a Receita Federal, que cumpriu 21 mandados de busca e apreensão, além do sequestro de valores, apreensão de veículos e bloqueio de bens.

De acordo com o superintendente da Polícia Federal em Mato Grosso, Fabrício Fernando Diogo Braga, o grupo operava com estrutura empresarial complexa, utilizando 17 CNPJs distintos, todos ligados a um único empresário com base em Cuiabá.
“Trata-se de uma associação criminosa que se valia de interpostas pessoas para ocultar patrimônio obtido com recursos ilícitos. Além disso, produtos eletrônicos comercializados de forma irregular eram maquiados com selos falsificados da Anatel, criando uma falsa aparência de regularidade”, afirmou.
Origem da operação 104m3s
A investigação teve início após uma ação fiscal da Receita Federal, que identificou discrepâncias nas importações e movimentações financeiras das empresas envolvidas. A partir disso, foi possível rastrear a atuação do grupo, que além de burlar o sistema de fiscalização, utilizava diferentes empresas para dificultar o rastreamento das operações.
“Chegamos a quem estava vendendo, mas agora o foco é entender quem mais está envolvido e de onde esses equipamentos estão vindo. A falsificação do selo da Anatel demonstra um nível de organização ainda mais grave, pois induz o consumidor a erro e compromete a segurança dos produtos”, destacou Fabrício Braga.
Segundo ele, a integração entre as agências envolvidas tem sido decisiva para a efetividade da operação. “Cada órgão atua com sua expertise, o que traz uma resposta muito mais forte e ágil para a sociedade”, completou.
Apesar do avanço da investigação, não houve pedidos de prisão até o momento. As medidas cautelares foram consideradas suficientes nesta fase do processo. As apurações seguem em curso para identificar a origem dos eletrônicos e o alcance da fraude.

De acordo Daniel Belmiro, superintendente adjunto da 1ª Região Fiscal da Receita Federal, a base dos produtos apreendidos é composta por eletrônicos, especialmente celulares de última geração, tablets e órios.
“Esses produtos são falsificados e internalizados de forma irregular para serem vendidos no comércio local”, afirmou.
Belmiro destacou ainda que as empresas envolvidas não apresentavam registros fiscais das mercadorias.
“Nos livros fiscais que nós temos o na Receita Federal, não havia nenhum envio de documento fiscal de entrada e saída dessas mercadorias. Isso configura não apenas uma fraude tributária grave, mas também uma infração contra o consumidor e contra a concorrência leal”, completou.
Questionado sobre a possibilidade de prisão dos envolvidos, Daniel Belmiro informou que as investigações continuam sob sigilo judicial. “Algumas situações ainda estão sendo apuradas, mas sim, podem resultar em responsabilização penal dos envolvidos”, afirmou.
As apurações seguem para identificar a origem dos produtos e o envolvimento de outros participantes no esquema.
Apreensão de Lamborghinis 3t6769
A ação resultou na apreensão de Lamborghinis, outros carros de luxo e imóveis. Batizada de Falsus Deviatis, a operação teve como foco em uma rede de lojas que atua em shopping centers das duas cidades.
