QG do jogo do bicho indica nova organização controlando atividade em Campo Grande 46k3e
Nove pessoas encontradas no lugar, entre elas um major e um sargento reformado da Polícia Militar, foram ouvidas e liberadas 12356
O imóvel na rua Gramado, bairro Monte Castelo, em Campo Grande, onde foram apreendidas 700 máquinas de mão usadas para apostas do jogo do bicho é uma espécie de QG de organização criminosa que está atuando para controlar a atividade ilegal na cidade. Essa é a principal tese para o flagrante feito na tarde desta terça-feira pelo Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubo a Banco, Assaltos e Sequestros), segundo a investigação jornalística do portal Primeira Página.

Apesar do material apreendido estar ligado a uma atividade proibida, e que costuma estar atrelada a outras infrações penais, ninguém foi responsabilizado. As nove pessoas encontradas no lugar, entre elas um major e um sargento reformado da Polícia Militar, foram ouvidas e liberadas.
Nenhuma foi enquadrada em qualquer crime. Segundo o delegado Fabio Peró, titular do Garras, essas pessoas prestaram declaração na delegacia, sem que se tenha configurado responsáveis pelos equipamentos. Por isso, foram liberadas.
Nenhum nome foi divulgado.
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Ainda não havia, até o fechamento desse texto, definição sobre quem vai cuidar da investigação, decisão que está a cargo da chefia da Polícia Civil em Mato Grosso do Sul.
A hipótese mais provável é de transferência para o Dracco (Departamento de Repressão e Combate ao Crime Organizado), onde já correm apurações ligadas à exploração do jogo de azar.
O material apreendido está em sacolas e caixas. Conforme a reportagem apurou, são máquinas parecidas com as de cartão de crédito, tecnologia que ou a ser usada pelo jogo do bicho nos últimos anos, em substituição aos antigos bloquinhos de anotação das apostas.
Parte dos equipamentos achados na casa do Monte Castelo era nova, outra parte era usada. Algumas estavam, inclusive, com boletos impressos de apostas.
Atividade tem novos donos? 6v2w26
Desde setembro 2019, o comando do jogo do bicho em Campo Grande está sem um nome específico. A atividade foi um dos alvos da operação Omertà, tocada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado) e por força-tarefa da Polícia Civil, na qual foram presos Jamil Name e Jamil Name Filho, apontados como chefe de milícia armada e também da jogatina.
Durante o andamento da operação, as bancas espalhadas por Campo Grande durante décadas foram retiradas das ruas.
Jamil Name, conhecido durante muito tempo como o “dono” do jogo do bicho na cidade, morreu na prisão, vítima de covid-19. Jamil Name Filho segue preso, condenado à pena de mais de 40 anos, como mandante de assassinato, organização criminosa e posse de armamento ilegal, em razão de arsenal apreendido em Campo Grande.
Há um processo em curso em que Name Filho e o irmão, o deputado estadual Jamilson Name (PSDB), são acusados de controlar o jogo do bicho e usar a empresa Pantanal Cap, desativada em razão das ações da Omertà, para lavagem de dinheiro. Um montante de R$ 18 milhões da empresa está bloqueado pela Justiça.
As defesas afirmam não haver provas de uso da empresa da família para camuflar dinheiro de origem ilegal. O processo está na fase de ouvir testemunhas.