Proposta de "susto" em pecuarista fez empregada elaborar crime 5m246

Uma briga de família teria sido o “pontapé” para a ideia do roubo que terminou com a morte de Andréia Aquino Flores, de 38 anos, nessa quinta-feira, 28 de julho, em um condomínio da área nobre de Campo Grande, capital de Mato Grosso do Sul. A proposta de R$ 50 mil para dar um “susto” na patroa teria motivado Lucimara Rosa Neves e Jéssica Neves Antunes, de 24 e 43 anos, organizarem o crime. A irmã seria a “mandante”.

Perícia chegando ao condomínio onde pecuarista foi morta, em Campo Grande (Foto: Renata Fontoura)
Perícia chegando ao condomínio onde pecuarista foi morta, em Campo Grande (Foto: Renata Fontoura)

A verdadeira história por trás do crime apareceu no depoimento Lucimara. Ela contou que trabalhou com Andréia por 7 anos e até já morou com ela, mas que há conhece muito antes disso, já que também foi empregada da irmã dela. A relação ultraava o convivio de patrão e empregado. A pecuarista confiava o carro nas mãos da “amiga” e era madrinha do neto dela.

Também era Andréia quem bancava as despesas pessoais da funcionária e quitava até dívidas que ela fazia com agiotas. Uma relação parecida era mantida com a irmã da pecuarista. Lucimara continuava conversando com a ex-patroa e dias antes tinha recebido R$ 1 mil dela para pagar uma conta.

Pela proximidade, Lucimara sabia de detalhes da família, inclusive dos problemas na relação entre as duas irmãs. Foi em uma conversa por telefone com a antiga patroa que a ideia do falso assalto surgiu.

Para a polícia, a mulher contou que Andreia e a irmã tentavam firmar um acordo sobre uma dívida entre elas, mas que a pecuarista se negava a o contrato e chegou a rasgar o documento oferecido pelos advogados dias antes.

Em uma das ligações entre as duas, a irmã de Andréia ofereceu R$ 50 mil para Lucimara “dar um susto” na patroa e assim, fazer com que ela assinasse o contrato. Os meios, segundo a funcionária, seriam definidos por ela, “como achasse melhor”.

Na manhã do dia 27 de julho, um dia antes do crime, as duas voltaram a se falar e tocaram mais uma vez no assunto. Desta vez foi Lucimara que concordou com a necessidade de dar um “cagaço” em Andréia. Nesse momento, a “encenação” do roubo já estava pronta na sua cabeça.

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O falso roubo 726057

Diante do delegado da Derf (Delegacia Especializada de Repressão a Roubos e Furtos) Lucimara negou ter contato que ia fingir um assalto na casa de Andréia. Mas confiante de que ajudaria a ex-patroa, contou o plano para a filha e ligou para o cunhado: Pedro Benhur Ciardulo.

Na noite de quarta-feira foi até a casa de Pedro e combinou detalhes do crime. Ele encontraria ela e Jéssica no estacionamento de um supermercado no bairro Tiradentes e iriam com elas para casa de Andréia, como se tivesse rendido as duas no caminho. Lucimara tinha cadastro de moradora e naquele dia estava com o veículo da própria vítima, então tinha o livre ao condomínio.

Para deixar a cena mais real, o trio decidiu comprar uma arma de brinquedo no caminho. Pagaram R$ 80 na pistola falsa e pegaram também um boné. Antes de voltarem para casa também compraram um cigarro, que segundo Lucimara, seria fumado por ela e pela filha depois que o crime desse certo, uma “comemoração” do sucesso do plano.

Conversaram também sobre quantos pediriam para a vítima. O primeiro combinado era exigir um pix de R$ 50 mil para Andréia. O valor seria transferido para a conta de Jéssica, que era cadastrada no banco da patroa e conseguiria receber sem problema. Pedro ficaria com R$ 20 mil, mas sugeriu que pedissem mais. Foi definido então que a pecuarista teria que pagar R$ 80 mil pela liberdade, assim “compensaria caso eles fossem pegos”.

Quando realmente chegaram ao condomínio, apenas Jéssica e Pedro entraram. Lucimara continuou no carro para “dar fuga” ao cunhado. O tempo ou e preocupada com a demora, resolveu entrar na casa. Encontrou Pedro em cima de Andréia, apertando o pescoço e a boca dela. Ela afirma ter pedido para ele parar, mas não foi ouvida.

Pedro só parou quando a pecuarista desmaiou. Ela contou que tentou reanimar a patroa, jogou água no corpo dela na esperança de acordá-la, mas nada adiantou. Quando percebeu que Andréia “não ia mais voltar”, levou o corpo para o quarto, amarrou a filha e fugiu com o cunhado para simular que também eram vítimas do latrocínio.

Lucimara voltou para casa, chamou o socorro e no meio do “plano perfeito” foi descoberta e presa. Jéssica também foi detida e assumiu o crime. Pedro fugiu com o celular das duas comparsas, para sumir com as provas e até o momento ainda não foi encontrado.

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Delegado Francis, resposável pelo caso (Foto: Meressa Mendonça)

Investigação 4k5f44

Segundo o delegado Francis Flávio Freire, tudo indica que Pedro ainda está na cidade. Por isso, equipes da Polícia Civil e da Polícia Militar fazem buscas por ele em todo o município.

A equipe de investigação também trabalha para confirmar o depoimento das duas mulheres. Todas as pessoas citadas por elas devem ser ouvidas nos próximos dias, incluindo a irmã de Andréia.

Nos depoimentos, Lucimara revelou que o ex-patroa não sabia que ela cometeria o crime naquele dia, mas que esperava receber os R$ 50 mil dela, já que a intenção era Andreia pensar que o assaltante havia sido mandado pela irmã e ia o contrato. Assim, elas ficariam com o dinheiro das duas irmãs e pagariam o cunhado pela ajuda.

Lucimara também negou já ter recebido qualquer dinheiro da ex-patroa. Segundo delegado, a funcionária era apenas amiga da vítima, alguém em que ela tinha extrema confiança. Agora, mãe e filha aguardam audiência de custódia que vai definir se elas continuam presa ao não, em uma cela da 2ª Delegacia de Polícia Civil.

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