Promotoria denuncia por homicídio 2 policiais que a PM havia inocentado 7270d
Dinho Vital foi morto às margens da BR-262 no dia 8 de maio, depois de se envolveu em uma briga com Douglas Figueiredo, ex-prefeito de Anastácio 365f
Na contramão da investigação da Corregedoria da Polícia Militar, o Ministério Público de Mato Grosso do Sul denunciou os policiais Valdeci Alexandre da Silva Ricardo e Bruno Cesar Malheiros dos Santos pelo assassinato do suplente de vereador Wander Alves Meleiro, conhecido como Dinho Vital, em Anastácio – cidade a 123 quilômetros de Campo Grande.

A informação foi divulgada nesta sexta-feira (14) pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado).
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Segundo a investigação policial, Dinho Vital foi morto por um tiro pelas costas – que transfixou seu tórax e saiu no peito – pelos dois policiais, que não estavam de serviço.
A afirmação do Ministério Público vai contra os depoimentos dos autores e do relatório produzido pela Corregedoria da Polícia Militar; de que Dinho estava de lado para os policiais, com arma em punho, quando foi ferido.
Para o Gaeco, os laudos periciais revelam ainda que pela posição dos atiradores e as manchas de sangue encontradas no chão, Dinho tentou fugir para se refugiar dos disparos na frente do carro em que estava.
“Nenhum cartucho de munição deflagrado foi encontrado perto da vítima. Também, foram constatadas apenas perfurações de projéteis de arma de fogo no veículo da vítima, todas de trás para frente do veículo”.
Gaeco
Os dois policiais foram denunciados por homicídio qualificado, pelo motivo torpe e por meio que resultou perigo comum – já que os disparos foram efetuados na BR-262, em um trecho com intenso fluxo de veículos e pessoas – com recurso que dificultou a defesa da vítima.
Para a defesa de Bruno e Valdeci as provas do Ministério Público foram “unilaterais”, sem a versão dos policiais. Em resposta as acusações, o advogado Lucas Arguelho se limitou a dizer que vai rebater todos os pontos em sede judicial.
“A defesa esclarece que rebaterá toda a acusação em sede judicial, comprovando uma vez por todas a inocência dos Policiais, ressaltando que o MPE produziu provas unilaterais, sem oportunizar defesa e contraditório aos policiais, ouvindo somente quem interessava a acusação, porém, no judiciário, as provas não serão omitidas e a verdade real será elucidada uma vez por todas”
Lucas Arguelho
Na corregedoria 3c3v
Enquanto o Ministério Público insiste na culpa dos militares, a corregedoria inocenta os dois.
Depois do depoimento de 35 pessoas e da análise de imagens de câmeras de segurança, a instituição definiu que os dois policiais atiraram em Dinho Vital durante o estrito cumprimento de um dever legal – o de defender os convidados de uma festa em Anastácio de um homem armado – e por isso, decidiram pela “excludentes de ilicitudes” na ação deles.
O caso ocorreu à margem da rodovia no dia 8 de maio, depois que Dinho se envolveu em uma briga com Douglas Figueiredo, ex-prefeito de Anastácio e pré-candidato ao cargo nas próximas eleições, na festa de comemoração do dia do aniversário de Anastácio, e o ameaçou com uma arma.
Bruno e Valdeci estão presos pelo crime desde o dia 17 de maio.