Policiais de MS cumprem pena no “puxadinho” improvisado em espaço que antes servia como lixeira ou1j
Policiais militares que cumprem pena no regime aberto reclamam das condições do Presídio Militar Estadual (PME), em Campo Grande. A principal queixa é que um alojamento foi improvisado no espaço antes destinado ao descarte de lixo. O juiz Alexandre Antunes, da Auditoria Militar de Campo Grande, informou que seria feita vistoria no local para conferir […] 4g2k6r
Policiais militares que cumprem pena no regime aberto reclamam das condições do Presídio Militar Estadual (PME), em Campo Grande. A principal queixa é que um alojamento foi improvisado no espaço antes destinado ao descarte de lixo. O juiz Alexandre Antunes, da Auditoria Militar de Campo Grande, informou que seria feita vistoria no local para conferir se a situação é procedente.
“Era um depósito de lixo que reformaram e fizeram alojamento porque não tem lugar. Não deixa de ser uma superlotação. É muito complicado”, disse um dos militares custodiados no local, que pediu para não ser identificado.
Imagens mostram que o alojamento improvisado tem cinco beliches, ou seja, podem dormir no local até 10 pessoas. No regime aberto, os apenados ficam o dia todo fora da cadeia e voltam para dormir.

No “puxadinho”, o espaço é reduzido entre as camas. Ao todo, são 15 metros quadrados, com duas janelas.
Há um pequeno banheiro no local – que fica aos fundos da quadra de esportes do estabelecimento prisional. O PME é destinado à custódia de policiais militares que cumprem pena ou aguardam julgamento.
Fotos do “antes e depois”, mostram a mudança que foi feita no “puxadinho”. É possível ver um espaço com grades na foto anterior à mudança, que depois foi fechado com uma parede de alvenaria, a altura do teto foi ampliada e um ar-condicionado instalado. A parte reformada ainda está no reboco.
Demanda de policiais fp1u
Segundo descrito, “não era lixo”. A informação dada é de que a área onde se encontra o regime aberto atualmente no PME foi “devidamente limpa e higienizada”.
Ainda conforme informado, representantes do Ministério Público Estadual e da Justiça Militar Estadual fiscalizaram o local e “nada anormal foi constatado”. “O fato é que a demanda aumentou e houve a necessidade de ampliar o espaço”.
Hoje 27 militares cumprem pena no regime aberto, 20 no fechado e outros 16 no semiaberto.
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À reportagem, o presidente da Associação de Cabos e Soldados da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros de Mato Grosso do Sul, Mário Sérgio do Couto disse ter recebido denúncia informal sobre o alojamento.
“Primeiro temos que checar in loco para verificar essa situação. Se for confirmada, vamos conversar com o comandante-geral e pedir providências”, afirmou.
Couto demonstrou preocupação com a possibilidade de um espaço antes destinado ao descarte de lixo ter sido transformado em alojamento. “Se for isso, não está certo primeiro como ser humano e depois como gerenciador de segurança pública. Eles não podem ficar nessa situação”.
A presidente da Comissão do Sistema Carcerário da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) em MS, Fábia Zelinda Favaro, acredita que a proximidade do Presídio Militar Estadual que pretende agendar uma reunião com a comissão e fazer uma visita ao estabelecimento para verificar a situação.
Responsável pela fiscalização do cumprimento de pena dos militares, o juiz Antunes disse não ter conhecimento do reaproveitamento do espaço.
“Nas vistorias que fizemos, junto com o MP, não constatamos essa situação. Pode ser que parte da antiga construção tenha sido aproveitada”, disse à reportagem.
Ainda segundo Antunes, o Presídio Militar tem verba para realização de melhorias. “Recentemente foram adquiridos colchões novos”, lembrou. “De toda forma, vou fazer uma inspeção para verificar”, finalizou.