Polícia cumpre 58 mandados contra grupo que comanda tráfico em Rosário Oeste 6k4i5a

Criminosos estão envolvidos em delitos graves, como homicídios e tráfico de drogas cometidos a fim de demarcar domínio de território de uma facção 2g1d24

A Polícia Civil cumpre, nesta quinta-feira (15), 58 mandados de prisões preventivas e de busca e apreensão contra integrantes de uma organização criminosa que comanda o tráfico em Rosário Oeste e outros dois municípios da região. Ação faz parte da segunda fase da Operação Castelo de Areia.

Operação foi deflagrada nesta quinta-feira. (Vídeo: Polícia Civil de MT)

Os criminosos estão envolvidos em crimes graves, como homicídios e tráfico de drogas cometidos a fim de demarcar domínio de território de uma facção.

A investigação foi iniciada em outubro do ano ado, pela Delegacia de Rosário Oeste, para chegar aos integrantes da organização criminosa e coibir a prática de outros eventuais crimes, incluindo os constantes homicídios decorrentes de “decretamentos”.

De acordo com a polícia, três deles exerciam, respectivamente, os papéis de gerente regional e responsáveis pela gerência local, istrando as vendas para as bocas de fumo e cobrança de disciplinas e instruções aos demais integrantes da organização criminosa.

Responsável pela investigação, o delegado de Rosário Oeste, Antenor Pimentel, destaca que o grupo tinha como líder um criminoso que está preso na penitenciária de Várzea Grande. Contudo, mesmo recluso na unidade, ele mantinha o controle regional da facção, comandando o tráfico em Rosário Oeste, Nobres e Jangada, com outros crimes conexos a fim de manter o monopólio na venda de drogas.

Segundo Antenor, a investigação apontou que para que um indivíduo pudesse vender droga na região de Rosário Oeste, Nobres e Jangada, era necessário ser irmão ou lojista, ambos pagando R$ 100 reais mensais à facção. É considerada ‘cabritagem’ comprar droga para revenda de fornecedor diverso do estipulado ou adulterar a qualidade e quantidade da droga, podendo ser ‘decretado’, ou seja, ser castigado.

Dos 33 criminosos identificados desde o início da investigação, quatro foram mortos em desentendimento entre eles próprios. Os 29 alvos da segunda fase da Castelo de Areia foram indiciados pela Polícia Civil pelos crimes de organização criminosa, lavagem de capitais, tráfico e associação para o tráfico e denunciados pelo Ministério Público Estadual. A Justiça também decretou o bloqueio de contas dos investigados.

As ordens judiciais foram decretadas pela 7ª Vara Criminal de Cuiabá.

Atuação

A segunda etapa da operação teve como foco a individualização da conduta dos integrantes da organização criminosa na região. A investigação policial apontou que a organização conta com clara divisão de tarefa entre seus integrantes, hierarquia de cargos e obtenção de vantagem de qualquer natureza para manter o lucro financeiro, poder e status.

Grande parte dos lucros das vendas das drogas e o valor integral do recolhimento das taxas de “camisas” e “lojinhas” são reados, em espécie, à cúpula da facção.

Na região de Rosário Oeste, o tráfico era comandado por dois criminosos que dividiam localmente a a distribuição de drogas, a compra direta com fornecedores, venda aos lojistas, recolhimento de taxas, aquisição de armas, a contabilidade e a prestação de contas ao gerente regional, aplicação de salves e a intermediação e autorização de cadastramento de novos integrantes.

O gerente regional, P.P.F.P., de 42 anos, está preso na penitenciária de Várzea Grande, de onde ordena e lidera os crimes na região que abrange os três municípios. A ele cabia receber as contas do tráfico, atividades da facção e ficar com parte do lucro da distribuição das drogas e das taxas recolhidas das bocas de fumo.

A prestação de contas ao criminoso líder era feita pelos gerentes locais via grupo em aplicativo de mensagens. A dupla de gerentes também o instruía como conduzir e cobrar dos disciplinas e integrantes, além de reforçar que os ‘irmãos’ deveriam matar cabriteiros e pilantras. “Destaca-se a liderança e periculosidade do preso, pois mesmo estando em uma penitenciária consegue exercer a função e influenciar crimes ocorridos extramuros”, pontuou o delegado Antenor.

A investigação apontou que além do tráfico, os gerentes locais da facção também faziam a gestão de armas e munições.

Primeira fase

Um dos gerentes locais do tráfico em Rosário Oeste foi detido na primeira fase da Operação Castelo de Areia. Aos 23 anos, ele ostentava uma vida de gastos sem ter uma ocupação lícita. Em interrogatório, ele foi questionado se exercia atividade laboral e disse que, no momento, estudava medicina em uma universidade do Paraguai e que sua renda provinha da mãe que vendeu gado e terras.

Por meio de investigação financeira, a Polícia Civil apurou que diversas pessoas, suspeitas de tráfico na região, realizavam constantes transações financeiras a ele, incompatíveis com as atividades lícitas dos investigados. Conhecido pela alcunha de ‘Príncipe’, ele tinha autorização para ativar novos biqueiros da facção.

Na representação pelos mandados da segunda fase da operação, a Polícia Civil destacou que grande parte dos indiciados se envolve reiteradamente na prática dos crimes apurados, demonstrando condutas perigosas e não se intimidando com a atuação da Justiça. A atuação se dá, sobretudo, pela autoridade exercida com a imposição da força e do terror, não apenas do tráfico de drogas, mas, com crimes violentos relacionados ao monopólio do tráfico e demonstração de poder.

O cumprimento dos mandados judiciais da Operação Castelo de Areia conta com apoio de unidades policiais da Diretoria Metropolitana: Delegacia de Nobres, 1a, 2a e 3a Delegacias de Várzea Grande; Delegacias da Mulher de Cuiabá e Várzea Grande; Delegacia Especializada do Adolescente de VG; Delegacias de Roubos e Furtos de Cuiabá e Várzea Grande; Delegacia de Roubos e Furtos de Veículos; Delegacia Especializada de Estelionatos de Cuiabá e 1a Delegacia de Cuiabá.

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