PCMS quer concentrar na Homicídios inquéritos de execuções em Campo Grande x6t3y
Medida reestruturando atribuições para condução dos inquéritos de homicídios tem previsão de ser publicada ainda em abril 44s32
Em resposta ao aumento dos casos de execuções sumárias que estão ocorrendo em Campo Grande, a PCMS (Polícia Civil de Mato Grosso do Sul) está preparando mudanças na dinâmica de investigações.

Só em março, foram 12 casos de pessoas mortas com características de crime de pistolagem. São homicídios dolosos cuja captura dos matadores costuma ser mais complexa.
Normalmente, o crime envolve mais de um atirador e é planejado de forma a eliminar provas, como por exemplo queimando veículos usados e dispensando as armas e até carbonizando os corpos das vítimas.
Provocada pelo Primeira Página, a corporação informou que a apuração dos homicídios e tentativas de homicídio sem autoria definida – que exigem um maior aparato para construir hipóteses verossíveis a cerca dos responsáveis – serão atribuídas à DHPP (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Homicídios e Proteção à Pessoa).
Aqueles casos em que os autores são identificados logo após os assassinatos continuam sob a responsabilidade das sete delegacias de área e das especializadas em violência contra a criança e a mulher.
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Em elaboração pelas diretorias de polícia Especializada e da Capital, uma portaria com a nova regulamentação está em fase de conclusão, e ainda vai ar por análise da Procuradoria Geral do Estado, segundo o delegado-geral, Roberto Gurgel.
A previsão, disse, é de oficializar a medida ainda neste mês.
Gurgel explica que a portaria não anula a possibilidade de a DHPP auxiliar em investigações de outras delegacias de Campo Grande ou até mesmo do interior, caso necessário, como já ocorre.
Mas o principal objetivo da nova regulamentação, diz, é justamente evitar que a especializada tenha que assumir investigações iniciadas em outras unidades, como ocorre hoje em dia.
“A portaria até prevê a possibilidade de uma investigação ser transferida para a DHPP, mesmo que tenha uma autoria definida, mas só de maneira excepcional e muito bem fundamentada, caso a situação ali, pontual, necessite.
Roberto Gurgel, delegado-geral PCMS
No modelo atual de atendimento de locais de assassinato, primeiro as delegacias de plantão vão ao local, no caso as duas Depacs (Centro e Tiradentes). Em casos de feminicídio, a Deam (Delegacia de Atendimento à Mulher) é única especializada com expediente 24 horas.
Existem existem ainda as equipes do GOI (Grupo de Operações e Investigações), formadas apenas por investigadores, cuja função é tentar capturar infratores logo na horas seguintes dos crimes.
Normalmente, existe um vácuo de tempo entre o caso ser registrado numa delegacia de plantão e o encaminhamento para unidade de área ou para a especializada em Homicídios.
Isso, conforme preconizam as boas práticas de investigação policial, não é a situação ideal.
Tanto que, conforme o chefe da PCMS, o entendimento a ser colocado em prática é de que uma investigação é mais efetiva, quando começa e termina na mesma delegacia de polícia, sem interrupções.

E a estrutura? 4y4q6m
Diante do evidente aumento na carga de trabalho para a DHPP, o delegado-geral afirma que haverá reforço na estrutura na DHPP. Atualmente, apenas dois delegados estão à frente da unidade especializada.
A unidade, localizada no bairro Amambaí, não tem plantão noturno nem em fins de semana.
“Conforme a demanda for aumentando, obviamente que iremos fazer os remanejamentos”, resumiu.
O delegado-geral cita que a nova portaria com a regulamentação das atribuições das delegacias vai ao encontro de investimentos que a Polícia Civil tem pleiteado para a corporação como um todo.
Gurgel lembra que o decreto que trata da estruturação da Polícia Civil é de 2006, mais um motivo para a atualização.

“Nós temos várias frentes de estruturação de várias delegacias e a DHPP é uma delas. Quais são essas frentes? Nós temos processos em andamento para aquisição de vários recursos tecnológicos. Nós temos pedido em andamento de concurso público que está em fase de análise junto a SAD. Nós temos pedido de contratação de profissionais para cargos istrativos, para desafogar os policiais que fazem esse trabalho para eles poderem fazer a parte de investigação. Nós temos em andamento projetos de aquisição de viatura, inclusive com emenda específica destinada a DHPP. Então, na parte estrutural, existe uma série de atuações da nossa istração em busca de mais investimento na Polícia Civil”.
Roberto Gurgel, delegado-geral da PCMS.
A reformulação do trabalho de investigação da Polícia Civil em casos de homicídio ocorre diante do aumento no número de execuções ocorridas em Campo Grande, desde janeiro.
Dos casos registrados em março, só em em um dos casos o executor foi preso, em razão da agem pelo lugar do crime de um policial militar da reserva. Ele perseguiu o atirador, garntindo sua captura.
Sete das execuções ocorridas em março, sem autoria definida, foram encaminhadas à DHPP (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Homicídios e de Proteção à Pessoa).

Conforme Gurgel a dificuldade na identificação dos suspeitos é um indicativo do grau de organização dos envolvidos, que na grande maioria das vezes, já tem histórico no crime.
“O que cabe a nós, num trabalho de repressão, é fortalecer as investigações de crimes dessa natureza para que possamos atuar de uma maneira macro. Identificar as autorias, os mandantes, quem dá as ordens e tudo isso exige inteligência, troca de informações, produção de provas por meio de tecnologias até se ter um desenho completo por trás de um homicídio”
Roberto Gurgel, delegado-geral da PCMS.
A lista das execuções em março: 53z45
- 3/3 – Wanderson Mateus Vieira de Araújo, de 20 anos, e Luana Azevedo da Silva, de 39 anos, mortos a tiros no bairro Estrela do Sul. (DHPP investiga)
- 11/3 – Mark Lee Alves, de 26 anos, morto a tiros no bairro Nova Lima. (DHPP investiga)
- 16/3 – Vítima não identificada, carbonizada em carro no Jardim Los Angeles (DHPP investiga)
- 17/3 – João Matheus Pinheiro Duarte Gomes, de 20 anos, morto no bairro Caiçara
- 17/3 – Luiz Vitor Santos Amorim, 20 anos, morto a tiros entre os bairros Parque do Lageado e Dom Antônio
- 17/3 – Júlio César de Andrade Porto, de 22 anos, e Alex Sandro do Nascimento Campos, de 34, mortos a tiros no Jardim Centro-Oeste
- 19/3 – Sérgio Augusto Pereira, de 49 anos, morto a tiros no bairro Rita Vieira. O filho dele, Gabriel Augusto Pereira, de 15 anos, foi atingido, ficou 10 dias internado e morreu no fim da semana ada (Inquérito na Homicídios)
- 21/3 – Matheus Pompeu Dias, o “Opala”, de 40 anos, morto a tiros no Jardim Montevidéu. Eriton
Amaral de Souza, o “Tonzinho”, foi preso pelo crime (Caso está na DHPP) - 29/3- Anderson Vicente Chagas, 45 anos, foi morto com mais de 10 tiros, em frente de casa, na Cohab Universitária II