Polícia abre novo inquérito para rastrear arma da PM usada para matar Renato Nery 571w2x
Investigadores querem descobrir como munição da Rotam chegou às mãos dos autores do crime e foi plantada em falso confronto 3q573u
A Polícia Civil de Mato Grosso instaurou um novo inquérito complementar para rastrear a trajetória da arma usada no assassinato do advogado Renato Nery, em julho de 2024, em Cuiabá. A investigação busca esclarecer como o armamento, de uso da Rotam, chegou às mãos dos executores e acabou sendo plantado em uma ocorrência forjada pela Polícia Militar, dias após o homicídio.

A nova frente de apuração será conduzida pela Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e pretende identificar todos os envolvidos na circulação da arma, desde a origem até sua apresentação em um suposto confronto com criminosos – versão que já foi desmentida por laudos periciais.
O delegado Bruno Abreu, que preside o inquérito, afirmou que a movimentação intensa da polícia na região da chácara usada pelos suspeitos pode ter levado os envolvidos a simular o descarte da arma, encenando uma troca de tiros para justificar sua apreensão.
“As evidências indicam que o intuito era abandonar a arma empregada no homicídio, fazendo com que a situação de confronto se mostrasse real”, disse o delegado.
Falso confronto e PMs indiciados b5535
O suposto confronto, registrado sete dias após o assassinato, resultou na prisão de quatro policiais militares – Jorge Rodrigo Martins, Leandro Cardoso, Weckcerlley Benevides de Oliveira e Wailson Alessandro Medeiros Ramos – , indiciados por fraude processual, porte ilegal de arma, tentativa de homicídio e homicídio qualificado — todos relacionados à tentativa de encobrir o crime, e não à execução em si.

A Politec constatou que os abordados na ocorrência não estavam armados, e que a arma foi plantada posteriormente.
Execução premeditada 2n2c28
Renato Nery foi baleado na manhã de 5 de julho de 2024, ao chegar ao seu escritório, em Cuiabá. O executor, Alex Roberto de Queiroz Silva, fugiu de motocicleta após os disparos. Ele é caseiro do policial militar Heron Teixeira Pena Vieira, que teria recebido parte do pagamento, fornecido a arma e contratado Alex para matar o advogado.
Ambos estão presos e foram indiciados por homicídio duplamente qualificado, por motivo torpe e com recurso que impossibilitou defesa da vítima.
Pagamento e motivação 4u1v5k
A Polícia Civil aponta que o crime foi encomendado pelos empresários Julinere Goulart Bastos e César Jorge Sechi, moradores de Primavera do Leste, que teriam pago cerca de R$ 200 mil pela execução. Heron confirmou que recebeu R$ 150 mil.
A motivação, segundo a investigação, foi uma disputa por terras. Renato estaria tentando transferir propriedades para as filhas nos meses anteriores ao crime. Segundo relatos, ele temia mais a perda das terras do que a própria morte.
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