Poços fantasmas e obras em fazendas: operação revela desvio da Metamat 2x1g73

Auditoria revela desvio de finalidade em contratos da Metamat; perfurações deveriam atender comunidades rurais, mas beneficiaram propriedades particulares 103r1i

A Polícia Civil de Mato Grosso identificou o uso indevido de recursos públicos para construção de poços artesianos em áreas privadas, como pastagens, plantações, garimpos, granjas e até zonas urbanas, durante investigação sobre fraudes na Companhia Mato-grossense de Mineração (Metamat).

Os poços deveriam abastecer comunidades rurais, mas foram executados em locais sem qualquer relação com a finalidade social prevista em contrato.

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Poços artesianos. (Foto: Reprodução)

A denúncia deu origem à Operação Poço Sem Fundo, deflagrada nesta quinta-feira (8), após auditorias da Controladoria Geral do Estado (CGE) apontarem irregularidades na execução de contratos firmados entre 2020 e 2023. O prejuízo estimado aos cofres públicos é de R$ 22 milhões.

A investigação é conduzida pela Delegacia Especializada de Combate à Corrupção (Deccor) e identificou uma associação criminosa instalada dentro da Metamat para fraudar licitações e simular o cumprimento de contratos. O objetivo formal dos convênios era perfurar poços para abastecimento de água em comunidades carentes do interior do estado.

Poços sem uso e obras fantasmas 2l1k5r

Durante as diligências, foram identificados poços que sequer existiam nos endereços declarados, além de casos em que os próprios moradores improvisavam meios precários para captar água — mesmo após a suposta perfuração. Em outros, a água era inutilizável por falta de estrutura de armazenamento.

Além disso, houve casos em que os poços foram instalados dentro de propriedades privadas, como fazendas e até uma granja, em completo desvio de finalidade. Poços também foram localizados em áreas de garimpo e regiões urbanas, contrariando o objetivo de beneficiar zonas rurais com dificuldades de o à água potável.

226 medidas judiciais e sequestro de bens s565a

A Justiça autorizou o cumprimento de 226 medidas judiciais, incluindo 30 mandados de busca e apreensão, sequestro de 49 imóveis, bloqueio de contas bancárias, afastamento de servidores da Metamat e proibição de contato entre investigados. Também foi determinada a suspensão de pagamentos às empresas envolvidas e a proibição de novos contratos com o Estado.

Ao todo, são investigadas 6 empresas e 24 pessoas físicas, entre elas 16 servidores ou ex-servidores públicos e 8 empresários. Todos são suspeitos de envolvimento em um esquema de desvio sistemático de recursos públicos sob a justificativa de perfuração de poços artesianos.

Origem da operação 104m3s

A operação teve início a partir de uma denúncia feita pelo próprio Governo de Mato Grosso, após auditorias internas da CGE revelarem falhas graves na fiscalização, pagamentos indevidos e contratos parcialmente executados.

A Polícia Civil batizou a operação de Poço Sem Fundo em referência ao jargão popular que define gastos sem controle e sem resultados. Segundo a investigação, o nome também reflete o desvio milionário de recursos que deveriam atender a população rural, mas foram canalizados para fins particulares.

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