PF investiga envolvimento de servidores da Funai e lideranças indígenas em fraudes previdenciárias 3a6u5j
De acordo com as investigações, a prática resultou na concessão de aposentadorias a 552 pessoas que se avam por indígenas no estado, causando um prejuízo estimado de R$ 64 milhões aos cofres públicos. 1k2y30
A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta quarta-feira (29), em Barra do Garças, a 503 km de Cuiabá, a segunda etapa da “Operação Sangradouro”, que apura fraudes relacionadas à obtenção ilegal de aposentadorias por meio de documentos falsificados.

Mandados de busca e apreensão estão sendo cumpridos em Barra do Garças, Piranhas (GO) e no Distrito Federal. Entre os materiais já apreendidos estão documentos, uma arma e munições.
Essa nova fase dá continuidade às investigações iniciadas em 2023, que apontam o envolvimento de servidores da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e lideranças indígenas no esquema fraudulento.
Segundo a PF, a prática resultou na concessão de aposentadorias a 552 pessoas que se avam por indígenas no estado, causando um prejuízo estimado de R$ 64 milhões aos cofres públicos. A Funai foi procurada pela reportagem, mas ainda não se manifestou.
Primeira fase da operação 5o5bv
A “Operação Sangradouro” teve início em 28 de junho de 2023, quando a PF cumpriu 19 ordens judiciais, incluindo 16 mandados de busca e apreensão, dois afastamentos temporários de servidores públicos e um mandado de prisão.
As ações ocorreram em Barra do Garças, Primavera do Leste, Poxoréu e Cuiabá.
As investigações, que começaram em 2021, revelaram um esquema envolvendo servidores da Funai, líderes indígenas, cartorários e proprietários de correspondentes bancários. A fraude consistia na adulteração de informações em documentos como o Registro istrativo de Nascimento de Indígenas (RANI) e certidões de atividade rural.
Essas alterações, em especial a falsificação da idade dos beneficiários, eram utilizadas para atender aos requisitos de aposentadoria rural por idade – 60 anos para homens e 55 anos para mulheres.
Modus operandi do esquema 221g4d
Os servidores da Funai emitiam documentos adulterados, permitindo que os falsos indígenas obtivessem certidões de nascimento com informações fraudulentas.
Esses documentos serviam para a obtenção de F, RG e outros registros públicos, os quais eram utilizados na solicitação de aposentadorias ilegais junto ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
Após a concessão das aposentadorias, os beneficiários do esquema recorriam a correspondentes bancários para contratar empréstimos consignados no limite máximo permitido, ampliando o impacto financeiro da fraude.
Segundo a PF, os prejuízos já ultraam R$ 64 milhões, com estimativa de que poderiam atingir mais de R$ 260 milhões considerando a expectativa de vida média dos brasileiros.
Impacto e próximos os 15i41
Até agora, foram identificadas 552 aposentadorias fraudulentas no estado, mas a PF acredita que o número pode ser ainda maior à medida que as investigações avançam.
Os suspeitos podem responder por crimes como falsificação de documentos, estelionato previdenciário, formação de organização criminosa e inserção de dados falsos em sistemas do governo federal.
A operação busca desarticular toda a estrutura do esquema e interromper os pagamentos indevidos, garantindo a preservação dos recursos públicos.