PF cumpre 11 mandados por venda de decisões no STJ; seis são em MT 1k363r
Busca atinge alvos em Cuiabá, Várzea Grande e Primavera do Leste; investigação aponta rede para ocultar origem de propina 236t1l
A Polícia Federal cumpre, nesta terça-feira (13), seis mandados de busca e apreensão em Mato Grosso como parte da 5ª fase da Operação Sisamnes, que apura um esquema de compra e venda de decisões judiciais envolvendo gabinetes do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Os alvos estão localizados em quatro endereços de Cuiabá e Várzea Grande e dois de Primavera do Leste.

Ao todo, foram autorizados 11 mandados de busca e apreensão pelo Supremo Tribunal Federal (STF), sendo os demais cumpridos em São Paulo e no Distrito Federal.
A decisão inclui ainda o bloqueio de cerca de R$ 20 milhões em bens e valores, a apreensão de aportes e a proibição de saída do país por parte dos investigados.
De acordo com a Polícia Federal, foi identificada uma estrutura financeira e empresarial criada para lavar dinheiro e dissimular a origem ilícita de valores pagos como propina em troca de decisões judiciais no STJ. O esquema buscava ocultar a relação direta entre os pagadores e os beneficiados.
Os investigados são suspeitos de envolvimento em corrupção ativa e iva, lavagem de dinheiro, evasão de divisas, operação ilegal no mercado de câmbio e organização criminosa.
A Operação Sisamnes teve início após o assassinato do advogado Roberto Zampieri, em dezembro de 2023, em Cuiabá. O caso levou à descoberta de um esquema de venda de decisões judiciais em Mato Grosso, que posteriormente se estendeu ao Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Em novembro de 2024, três servidores do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) foram afastados por suspeita de participação no esquema. Em agosto do mesmo ano, mensagens extraídas do celular de Zampieri resultaram também no afastamento de dois desembargadores.
Agora, a operação atinge a cúpula istrativa do STJ, com o afastamento de três chefes de gabinete por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).
Dois investigados estão presos preventivamente: Andreson de Oliveira Gonçalves, apontado como lobista do advogado, e o coronel do Exército Etevaldo Luiz Caçadini de Vargas, que cumpre prisão no 44º Batalhão em Cuiabá por suposta participação no homicídio.
Áudios extraídos do celular de Zampieri mostram Andreson cobrando pagamentos pendentes, e a polícia investiga a possível relação entre o crime e o esquema de corrupção. Durante as buscas, um notebook foi apreendido na casa do lobista.
A polícia investiga se os áudios encontrados no celular da vítima, em que Andreson cobrava pagamentos em aberto, têm relação com o homicídio. As apurações seguem sob sigilo.