Operação Omertà: Jamil Name Filho e mais três são condenados j3f10
Preso desde setembro de 2019, Jamil Name Filho, 44 anos, recebeu a primeira condenação pelos crimes desvendados na Operação Omertà. Sentença do juiz Roberto Ferreira Filho, desta sexta-feira (17), aplica pena de quatro anos e seis meses de reclusão a “Jamilzinho’, como é chamado, por envolvimento com um arsenal de guerra achado em imóvel do […] 161j42
Preso desde setembro de 2019, Jamil Name Filho, 44 anos, recebeu a primeira condenação pelos crimes desvendados na Operação Omertà. Sentença do juiz Roberto Ferreira Filho, desta sexta-feira (17), aplica pena de quatro anos e seis meses de reclusão a “Jamilzinho’, como é chamado, por envolvimento com um arsenal de guerra achado em imóvel do bairro Monte Líbano, que estava no nome da família dele.
Além de Jamilzinho, foram condenados Marcelo Rios, ex-Guarda Municipal, por receptação, sete anos de prisão; Vladenilson Daniel Olmedo, quatro anos e seis meses de prisão; que estão em Mossoró, no Rio Grande do Norte; e Rafael Antunes Vieira, seis anos e nove meses de prisão, que se encontra em Mato Grosso do Sul.
Todos estão presos preventivamente e as defesas irão recorrer da sentença em liberdade. O Ministério Público também pediu a condenação do ex-policial civil, Márcio Cavalcanti da Silva, que acabou sendo absolvido.

O juiz ainda decidiu que as armas, órios e munições apreendidos serão encaminhados ao Exército.
A descoberta do arsenal foi em 19 de maio de 2019, e é considerada uma das sementes da operação, que foi deflagrada em 27 de setembro de 2019.
São 14 ações derivadas da Omertà, além das dos homicídios e das relativas a porte de armas de fogo e/ou munição contra integrantes da Orcrim.
Relembre o caso
A operação Omertá, ofensiva contra o crime organizado em Mato Grosso do Sul, completou dois anos no dia 27 de setembro deste ano.
Desde 2019, as sete fases da investigação produziram 25 ações judiciais. Houve condenação em três desses processos e os outros estão em fase de instrução processual. Os crimes tratados vão de homicídios qualificados, formação de milícia armada à exploração de jogos de azar, agiotagem e lavagem de dinheiro.

Entre os investigados, há figuras como Jamil Name, 82 anos, e Fahd Jamil Georges, 80 anos, que se entregou às autoridades, depois de um ano e meio como foragido, e agora cumpre prisão domiciliar em Campo Grande.
Prisões
Durante as etapas da operação, ocorreram 86 prisões, 73 preventivas e 13 temporárias. No período, 82 endereços foram alvos de busca e apreensão de elementos para formar o conjunto de provas, principalmente em Campo Grande e Ponta Porã, sede das organizações apontadas pela operação.
“As investigações descortinaram gravíssimos crimes perpetrados por duas das maiores e mais poderosas organizações criminosas de Mato Grosso do Sul, que se comunicavam e se apoiavam mutuamente no tráfico de armas e na execução de vários homicídios”, descreveu o Gaeco em balanço enviado e enviado à reportagem de setembro deste ano.
“Organizados e aparelhados”
As organizações, segundo o Gaeco, praticavam homicídios qualificados, por meio de planos elaborados, executados pelos envolvidos de maneira meticulosa e detalhada. O objetivo, dizem os investigadores, era assegurar a impunidade.
Extremamente “organizados e aparelhados”, os grupos tinham agentes treinados, “muitos dos quais integrantes das forças de segurança, tais como guardas municipais, policial militar, policiais civis e policial federal”.
Mortes
São três ações penais em andamento na 2ª Vara do Tribunal do Júri em Campo Grande:
*Execução do chefe de segurança da Assembleia Legislativa, Ilson Martins Figueiredo, o subtenente “Figueiredo”, alvo de emboscada no dia 11 de junho de 2018, na Avenida Guaicurus, em Campo Grande, ao 62 anos.
*A morte de Marcel Costa Hernandes Colombo, o “Playboy”, 31 anos, atingido à queima-roupa quando estava em um bar no dia 18 de outubro de 2018, em Campo Grande.
*Fuzilamento, por engano, de Matheus da Costa Xavier, vítima aos 20 anos no dia 9 de abril de 2019, na saída da casa onde vivia com o pai, o ex-capitão da Polícia Militar Paulo Roberto Teixeira Xavier, que era o alvo do crime de pistolagem, de acordo com as descobertas do time de investigadores da Omertà.
O processo sobre a morte de Matheus é o mais adiantado, com os réus, no momento, aguardando a apreciação do STJ (Superior Tribunal de Justiça) de recurso contra a decisão que os mandou a júri popular.