Operação Grão de Areia: polícia prende suspeito de liderar quadrilha e apreende veículos 5u4p5o
A Polícia Civil já cumpriu 14 dos 25 mandados de prisão preventiva e apreendeu pelo menos seis veículos de um grupo suspeito de furtar e adulterar cargas de soja, farelo de soja e milho, usando areia no lugar dos grãos. Os crimes tinham como alvo um terminal ferroviário em Rondonópolis, a 218 km de Cuiabá.

Entre os presos, segundo a polícia, está o suspeito de chefiar o esquema. O terminal ferroviário em questão é o principal polo de infraestrutura logística de Mato Grosso, onde é escoada boa parte da safra do estado, tendo como principal destino a China.
De acordo com a polícia, o líder do grupo comprou, em três meses, areia suficiente para construir um prédio de 30 andares, mesmo não atuando no ramo da construção civil.
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A organização criminosa é suspeita de furto qualificado, estelionato e fraude na entrega de cargas. A investigação é da Derf (Delegacia Especializada de Roubos e Furtos) de Rondonópolis e GCCO (Gerência de Combate ao Crime Organizado).
Ao todo, a polícia busca cumprir 88 ordens judiciais em Rondonópolis, Pedra Preta, Diamantino e Cuiabá. Além dos 25 mandados de prisão preventiva, há ainda 32 de busca e apreensão domiciliar e 31 ordens de sequestro de bens.

Segundo as investigações, a quadrilha estaria atuando em Rondonópolis desde 2020, e teria a participação de oito empresários, nove motoristas de caminhão, seis funcionários do terminal ferroviário e outras sete outras pessoas que seriam responsáveis pelo agenciamento, contabilidade e venda das cargas desviadas.
A quadrilha chegou a abrir empresas do ramo de transporte e comércio de grãos, a fim de dar aparência de legalidade ao transporte, adulteração das cargas e venda da mercadoria desviada. Ao menos oito empresas estariam envolvidas no esquema.
As investigações apontam que foram desviados aproximadamente nove mil toneladas de soja e farelo de soja somente entre janeiro e março de 2022, com valor estimado de R$ 22,5 milhões.
Como grupo agia 31g6l
Segundo a polícia, o farelo de soja era carregado em uma empresa em Primavera do Leste, com destino ao terminal de cargas em Rondonópolis. Outro caminhão, com mercadoria adulterada, era clonado nas empresas da organização criminosa.
Esse caminhão clonado entrava no pátio da empresa, com a conivência de funcionários envolvidos no esquema, e descarregava a mercadoria adulterada. Já o caminhão com a carga sem adulteração retornava para a empresa do investigado, onde era descarregado. Depois a carga era vendida por valores abaixo do preço de mercado. Com isso, o lucro aproximado era de R$ 100 mil a cada carga desviada.
A quadrilha anda aliciava os motoristas de caminhão e as cargas sem adulteração provenientes de todo o estado eram levadas até a empresa dos investigados. Lá, eram adulteradas com areia para depois serem entregues no terminal ferroviário.
A polícia afirma que a organização criminosa oferecia dinheiro para que funcionários da empresa vítima colaborassem no esquema, e ameaçava de morte quem não quisesse participar.
Nome da operação i3p6
A operação recebeu esse nome porque a areia era o principal material usado para adulterar as cargas.