Operação "Codicia": entenda quem são os presos por corrupção dentro de delegacia na fronteira 5v1o2z

Além de derrubar um esquema de corrupção dentro da 2ª Delegacia de Polícia Civil de Ponta Porã – cidade a 295 quilômetros de Campo Grande – a Operação Codicia levou para a cadeia na última segunda-feira (25), seis policiais civis e três traficantes que atuavam na fronteira de Mato Grosso do Sul com o Paraguai.

As investigações do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) comprovaram que, de 2017 a 2021 – exclusivamente no período em que o delegado Partrick Linares da Costa era o responsável pela unidade –, escrivães, investigadores e até um perito criminal cobravam “taxas” para liberar veículos apreendidos na delegacia.

O delegado, que foi afastado do cargo e impedido de tomar posse como juiz estadual no concurso em que foi recentemente aprovado, afirmou ser inocente por meio de sua defesa.

Dinheiro apreendido durante operação “Codicia”, deflagrada pelo Gaeco em Ponta Porã (Foto: MPMS/Divulgação)
Dinheiro apreendido durante operação “Codicia”, deflagrada pelo Gaeco em Ponta Porã (Foto: MPMS/Divulgação)

Valdenei, o Nei 694r6u

No centro do esquema, segundo o Gaeco, estava o escrivão Valdenei Peromalle, conhecido como “Nei”. Hoje aposentado, o policial era o responsável pelas “negociações” com vítimas de roubos e furtos que tinham os veículos recuperados. Com interceptações telefônicas foram descobertas várias conversas do suspeito com vítimas e, principalmente, locadoras e seguradoras.

As ligações ouvidas ao longo das investigações mostraram que o esquema na delegacia era “conhecido” pelas próprias vítimas. Em uma ocasião, o funcionário de uma locadora ligou para o policial e pediu para que encontrassem um dos carros da empresa levado por bandidos. Para isso, Valdenei pediu R$ 200.

Era ele também quem dividia os valores entre os outros policiais envolvidos no esquema, depois de receber o dinheiro da propina. Isso ficou comprovado nas transações bancarias reunidas pelo Gaeco com autorização judicial.

Jhow 5t5x32

O braço-direito de Valdenei no esquema era o também escrivão Jonatas Pontes Gusmão, o “Jhow”. Juntos, os dois receberam valores milionários ao longo dos anos trabalhando na delegacia.

Segundo as apurações, Jhow ainda desviava drogas apreendidas na delegacia e revendia a traficantes. Pelo menos três dos “clientes” do escrivão foram presos: João Batista Olmedo Júnior e o irmão Ricardo Alexandre Olmedo, e Marcos Alberto Alcântara – que seria integrante de uma facção criminosa paulista com forte atuação em Mato Grosso do Sul.

João Batista e Ricardo são irmãos do o policial civil aposentado Vladenilson Daniel Olmedo, o “Vlad”, que foi preso na Operação Omertà como gerente da milícia armada comandada pela família Name por vários anos no Estado. Nas ligações interceptadas, os três investigados tentavam usar códigos para não serem descobertos. Maconha, para eles, se chamava “remédio de tereré”.

Apesar de “Nei” e “Jhow” serem os “cabeças” do esquema, a investigação ainda comprovou a participação de outros servidores da delegacia na corrupção.

2ª DP de Ponta Porã
Policiais entram na 2ª Delegacia em Ponta Porã, onde foram cumpridos a maior parte dos mandados da operação “Codicia”. (Foto: Canal Aberto)

Rede de corrupção 2lk1m

Adriana Jarcem da Silva era escrivã da 1ª Delegacia de Ponta Porã e ajudava o grupo quando necessário, o policial Márcio André Molina Azevedo, conhecido como “Molina”, atuava junto com os outros e chegou a apreender veículos apenas depois de ser pago para isso, Mauro Ranzi também recebeu os valores reados pelas vítimas que tentavam reaver os bens recuperados pela polícia.

Por fim, entre a lista está o perito criminal Rogério Insfran Ocampos. Sempre que necessário agilizar laudos periciais, o profissional recebia dinheiro dos colegas e assim auxiliava no esquema implantado na unidade.

Hoje estão presos preventivamente Jonatas Pontes, Valdenei Peromalle, Márcio André, Adriana Jarcem, Mauro Ranzi, Rogério Insfran, João Batista e Ricardo Alexandre. Marcos está preso temporariamente. A decisão do juiz em manter o traficante na cadeia vale por 30 dias.

As defesas dos suspeitos não foram localizadas pela equipe de reportagem.

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