O que já se sabe sobre a morte de Sophia; agressões eram constantes 203u3w

A mãe da menina confessou as agressões a vítima e revelou que também batia na menina, para "corrigir" seu comportamento; alegou também que nunca denunciou o companheiro por medo 22e5u

Meses de investigações, denúncias e disputas judiciais, assim foi o ano ado na vida de Sophia de Jesus Ocampo, a menina de 2 anos que morreu após ser agredida e violentada pelo padrasto nessa quinta-feira (26), em Campo Grande. A família chegou a ser atendida pelo Conselho Tutelar e o assassino investigado em dois boletins de ocorrências, mas o crime brutal aconteceu antes que a menina fosse afastada do companheiro da mãe.

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Delegada Anne Karine, responsável pela investigação do caso (Foto: Lidiane Antunes)

Até agora, a única certeza da polícia é que Sophia sofria maus-tratos em casa, fato que já era de conhecimento da DEPCA (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente). Isso porque boletins de ocorrência contra Christian Campocano Leitheim, de 25 anos, já haviam sido registrados na unidade.

Segundo a delegada Anne Karine Trevizan, as agressões a Sophia foram denunciadas por duas vezes: em março e em novembro. Durante as investigações, foi constatado que a menina era vítima do padrasto e os casos enviados ao judiciário.

30 atendimentos em postos de saúde 5r193j

A polícia também identificou que a menina foi atendida na rede pública de saúde mais de 30 vezes. Em uma das idas a unidade, a pequena estava com fratura na tíbia, mas o caso sequer foi avisado a polícia. “Não pelo número de vezes, mas quando a criança chega lá com sinais de violência, é obrigação deles encaminhar a polícia se houver qualquer suspeita de que alguma coisa”.

Em resposta, a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) negou que os funcionários identificaram violência. “Nos atendimentos não foram identificados sinais de agressão”.

Menina 2 anos morta
Lesões no corpo da menina (Foto: Arquivo pessoal)

Conselho Tutelar 585p38

A situação de Sophia também já havia sido denunciada ao Conselho Tutelar. Em entrevista ao Primeira Página, a conselheira responsável pelo caso revelou que em maio o pai da menina procurou ajuda, contou que a filha ava fome e era agredida e que por isso queria a guarda dele.

Na época, as equipes foram ao local. “O pode investigativo é da polícia, a gente não consegue fazer investigação, vamos na residência, fazemos visita. A denúncia é que a criança não tinha alimentação e estava com hematomas, mas não foi isso constatado pela técnica, que chegou e viu a criança bem, sem hematomas, com alimentação, não tem como tirar a criança de lá se estava tudo bem”.

Caso notasse a violência, o Conselho poderia ter pedido segurança e assistência social, a bebê. Não foi o que aconteceu. Ainda de acordo com o órgão de proteção, o caso registrado no caso registrado em maio na delegacia, as testemunhas sequer foram chamadas para prestar depoimento.

Na justiça 4y6a5f

Depois de investigados, os casos foram enviados ao judiciário. O primeiro o é que o inquérito da Polícia Civil seja analisado pelo Ministério Público de Mato Grosso do Sul. A partir dai, se entender que há provas suficientes da autoria, o caso “sobe” para a Vara da Infância e da Juventude de Campo Grande.

Para entender em que fase estava o processo, a equipe de reportagem procurou o MPMS e também o Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul. A única movimentação encontrada é do caso registrado em novembro do ano ado, que acabou arquivado por falta de provas.

O pedido de guarda 2h4t1u

Jean Carlos Ocampo, pai da menina, tentou retirar a criança de perto do padrasto, após histórico de atendimentos médicos.

“amos por vários lugares para entrar com pedido de guarda da neném. A única coisa que a gente pedia era pra tirar e menina de lá. A mulher (mãe) chegou a ser presa no ano ado por maus-tratos animais. Com isso fomos atrás novamente para mostrar a situação insalubre que a neném vivia e ai, veio a mesma resposta: tem que aguardar”, disse Igor de Andrade, atual companheiro do pai da menina, a equipe de reportagem.

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Além de todas as provas, Christian já tinha um histórico violento: agens de violência doméstica contra uma ex-mulher, até a autoria da morte de um cachorro de quatro meses por falta de cuidados. Na época, a polícia revelou que o lugar em que o animal ficava era insalubre, sem qualquer estrutura para recebê-lo.

Quando o caso de maus-tratos ao animal foi registrado, Stephanie de Jesus Dada Silva, de 24 anos, já estava com Christian. Ela também foi enquadrada como autora do crime.

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Em depoimento sobre a morte da filha, confessou que sabia das agressões vividas por Sophia e que também batia nela para “corrigir” a menina.

Afirmou ainda que era agredida e ameaçada pelo companheiro, por isso nunca procurou a polícia. Até o momento, no entanto, a polícia identificou uma situação bem diferente; a única preocupação da mãe era a história que ia contar para justificar as graves lesões na filha. Hoje já se sabe que ela chegou a ser induzida pelo companheiro a mentir. “Inventa alguma coisa, fala que ela caiu do playground”.

Na casa em que moravam, a situação de vulnerabilidade da criança é visível: nesta sexta-feira o terreno insalubre e a casa completamente suja, cheia de fezes de cachorro. Vizinhos ouvidos pela reportagem também revelaram que os choros e gritos na residência eram constantes, mas que nunca nenhuma autoridade foi ao local.

Mesmo com todos os casos em investigação e todas as provas que agora começam a aparecer, o homem continuava em liberdade. Era ele quem cuidava da vítima, enquanto a mulher saia para trabalhar como vendedora. Agora, os dois respondem por homicídio qualificado por motivo fútil e estupro de vulnerável.

(Reportagem produzida com colaboração de Alysson Maruyama e José Câmara)

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