'Não tinha razão terem atirado nele', diz irmão de agente morto por Paccola 6m114q
O agente de segurança do socioeducativo, Alexandre Miyagawa, de 41 anos, foi assassinado pelo vereador Marcos Paccola na noite do dia 1º em Cuiabá. 3g6o4n
Gustavo Miyagawa, de 30 anos, irmão do agente do socioeducativo Alexandre Miyagawa, de 41 anos, que foi morto pelo vereador Marcos Paccola (Republicanos), falou sobre o ocorrido pela primeira vez. Segundo ele, a família aguarda por justiça.

“Alexandre era uma referência para mim. Era meu irmão mais velho, 11 anos de diferença, então sempre tive ele como uma pessoa que eu buscava ser também”, relatou Gustavo.
Alexandre, conhecido como Japão, foi morto por três disparos efetuados pelo vereador Paccola na noite do dia 1º, no bairro Quilombo, em Cuiabá. Conforme imagens registradas por câmeras de segurança, o policial penal estava de costas quando foi atingido.
Quando questionado sobre o fato, Gustavo afirma que não havia motivo para a atitude do vereador, já que o irmão e a namorada, Janaína Sá, que estava com ele no momento do ocorrido, já estavam deixando o local.
“Não tinha razão terem atirado nele, eles já estavam indo embora. Não tinha mais problema ali, já tinha acabado. Foi precipitado demais. Invés de dialogar, tentar conversar, mas nem isso teve. Já chegou atirando”, ressaltou.
Segundo ele, a família aguarda por justiça.
Entenda o caso 3l1v3g
Vídeos e relatos de testemunhas atestam que Janaína entrou em alta velocidade pela contramão da rua, e quase atingiu um motociclista. Em seguida, a mulher desceu do carro e iniciando uma discussão com várias pessoas que estavam próximas de uma distribuidora.
Uma das testemunhas que presenciaram o assassinato do agente disse à polícia que Janaína Sá pediu o namorado atirasse em todo mundo e que, por isso, ele sacou a arma.
No entanto, afirmou ainda que Alexandre, apesar de levantar o revólver para cima, não chegou a ameaçar as pessoas e que tentou a todo momento acalmar a mulher, que segundo a testemunha estava “bêbada e muito alterada”.
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Posteriormente, o casal vai em direção do carro – a mulher na frente e o policial penal andando atrás dela. O vereador chega por trás, já mirando na vítima, e faz os disparos.
Segundo medida publicada na última quinta-feira (7), quatro promotores de Justiça do MPMT (Ministério Público de Mato Grosso), integrantes do Núcleo de Defesa da Vida, irão atuar em conjunto com a Polícia Civil na investigação do homicídio do agente.
Versão de Paccola 4v4936
Em nota divulgada dois dias depois do crime, Paccola disse que o caso ocorreu quando estava a caminho de um compromisso. Ele disse que desceu do carro para ver por que o trânsito estava parado no local, mas que ouviu de uma pessoa no meio da aglomeração que o agente de segurança do socioeducativo estava armado e de um terceiro que Alexandre iria matar a mulher.
O vereador relatou que em seguida viu Miyagawa com uma arma em punho, atravessando a rua com a mulher à sua frente. Paccola disse que pediu para que o agente largasse a arma, mas que ele teria se virado com o revólver e, por isso, atirou.
Em entrevista coletiva na Câmara de Cuiabá na segunda-feira (4), Paccola declarou que fez um “procedimento técnico e da forma correta” ao matar Alexandre. O parlamentar disse ainda que fez os disparos porque quem começa atirando tem mais chance de vencer o confronto.