Mulher que esquartejou marido em MS alega humilhações e ameaças 2h6t5q

Aparecida Graciano de Souza, 61 anos, envenenou a vítima antes do esquartejamento; ela segue presa no Presídio Feminino de Três Lagoas, onde ficará até a conclusão do inquérito 701439

Aparecida Graciano de Souza, de 61 anos, presa na última sexta-feira, 26 de maio, por matar o marido, Antonio Ricardo Cantarin, de 63, relatou à polícia que a vítima a humilhava diversas vezes, além de ter a ameaçado de morte. O homem foi envenenado e depois esquartejado em Selvíria, município a 300 km de Campo Grande. 

Aparecida Graciano de Souza
Aparecida, de 61 anos, que envenenou e esquartejou o marido em Selvíria. (Foto: Divulgação/Polícia Civil)

No depoimento prestado na Delegacia de Polícia da cidade, a aposentada alega que sempre cuidou do marido sem problemas, “mas que não era valorizada”. Ela ainda afirma que o homem a acusava de roubo e era ameaçada por ele. 

O Setor de Investigações da Delegacia de Selvíria chegou até a mulher após encontrarem restos mortais de um corpo – tronco, membros superiores e inferiores – dentro de uma mala numa estrada rural do município, próximo a BR-158. No meio do caso, os policiais receberam informações de que Antonio não era visto desde sábado, 27 de maio. 

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Corpo vítima
Partes do corpo da vítima esquartejado. (Foto: Reprodução de processo)

Os vizinhos relataram aos policiais que o desaparecido vivia discutindo com a esposa, Aparecida. As pessoas reforçaram que o idoso não mexia um dos lados do corpo, devido a um AVC (Acidente Vascular Cerebral), e que necessitava de cuidados da esposa. 

Contradições 6m6c1a

O setor de investigações, então, procurou Aparecida que, desde o início, demonstrava nervosismo. No primeiro momento, a mulher disse aos policiais que “homens haviam sequestrado o marido na noite de domingo, 21 de maio, para segunda, 22 de maio. Porém, ela não sabia dizer quem eram tais homens. Depois de várias contradições, ela resolveu confessar o crime.  

Aparecida ainda revelou em depoimento que a morte do marido por envenenamento de rato surgiu após ela se lembrar que sua irmã morreu depois de ingerir o produto tóxico. Ela, então, procurou uma loja agropecuária, comprou o veneno, o serviu ao marido num copo, afirmando ser um remédio para diarreia. 

A mulher detalha que de 5 em 5 minutos verificava se o mesmo estava respirando. Por volta das 19h, percebeu que o Antonio havia morrido. Ela o cobriu e foi se deitar em outro cômodo da casa. Aparecida ainda diz que “estava fria, sem sentimentos, mas “conseguindo conversar com outras pessoas normalmente”. 

Esquartejamento 67223u

Na noite de segunda, ela disse que começou a se preocupar com o corpo do marido. Neste momento, pegou uma faca na cozinha, plástico e vários panos. No depoimento, Aparecida declara que “sempre matou porco”, ou seja, “sabia bem como fazer”. 

Após o esquartejamento, ela colocou os panos sujos de sangue e os colocou na máquina de lavar roupas. Em seguida, voltou ao quarto e limpou o chão. Na quarta, o mau cheiro do corpo começou a surgir na casa. Por isso, “pensou que tinha que se livrar de tudo”, com ajuda de uma mala, onde escondeu o tronco da vítima, e sacos plásticos para as outras partes do corpo serem guardados no freezer de casa. 

Na sexta, o investigador da polícia bateu na porta da residência à procura de Aparecida, que confessou tudo. A mulher também revelou o local onde descartou os sacos plásticos escondidos no freezer, na BR-158, sentido Três Lagoas.

Vizinhos desconfiados 16306r

Antes de confessar o crime, Aparecida contou histórias contraditórias aos vizinhos a respeito do sumiço do marido. Uma delas é que Antonio, no dia 22 de maio, teria sido levado por parentes de carro até São José do Rio Preto (SP) para “realizar tratamento”. Os moradores desconfiaram dela. 

Conforme as testemunhas, Aparecida saiu de carro com dois homens, o que causou estranheza. Esses dois sujeitos, de acordo com o depoimento dela, foram chamados para ajudá-la a colocar a mala dentro do automóvel, pois o objeto estava muito pesado.

Os dois homens, ainda segundo Aparecida, não sabiam do crime e receberam R$ 30 pela ajuda, mas, dentro da casa, os mesmos questionaram o mau cheiro. A mulher respondeu que eram de rato e morcego mortos na laje da residência, que ela matou usando veneno. 

Além dos vizinhos, uma das testemunhas é uma moça que já limpou a casa de Aparecida e Antonio. Aos policiais, a faxineira relatou que encontrou vários retalhos de roupas na casa. A polícia mostrou fotos dos retalhos ensacados com os pedaços do corpo da vítima, e ela confirmou serem os mesmos vistos na residência.

Defesa x3k5f

Aparecida está no Presídio Feminino de Três Lagoas. O advogado dela, Julio Cezar Sanches Nunes, informou ao Primeira Página que pediu um novo depoimento da cliente, pois na primeira vez “ela estava desacompanhada de qualquer defesa”. Ele ainda reforça que as ameaças foram os motivos do crime.

“Nós precisamos trazer o que realmente aconteceu. Desde o primeiro dia do casamento dela com a vítima, ela era ameaçada, sofria pressão psicológica e abuso sexual. Em decorrência de tudo isso, desse 1 ano e 7 meses sofrendo, chegou ao ponto dela fazer o que ela fez”, declara o advogado.

A defesa ainda elaborou um pedido de habeas corpus, ou seja, uma revogação da prisão da mulher, que será protocolado na próxima semana.

Em relação às ameaças e violência que Aparecida alega ter sofrido do marido morto, não há boletins de ocorrência registrados. Para o advogado, a razão seria porque muitas mulheres vítimas de violência doméstica não conseguem denunciar os agressores.

O advogado também declara que a filha de Aparecida, sem idade revelada, do primeiro casamento dela, também foi ameaçada por Antonio.

“A vítima iria contratar alguém pra cometer esse crime, então, por isso ela [Aparecida] chegou num ponto que não aguentou mais. E, infelizmente, tomou essa medida. Ela vinha ando por tratamento psiquiátrico antes desses fatos e após esses fatos. Ela continua tomando medicação, ela não está bem, está abalada e está tendo acampamento médico diário”, finaliza.

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