Morador de MS tenta tirar RG em nome de menino desaparecido há 38 anos 4l4j5u
Tiago Cornélio da Silva, de 38 anos, vai responder em liberdade pelo crime de falsidade ideológica 6e4017
O desaparecimento do adolescente Marco Aurélio Simon, de 15 anos, no Pico dos Marins, em Piquetes, no interior de São Paulo, há 38 anos, teve um desdobramento inusitado, desta vez, em Mato Grosso do Sul.
O morador de Aparecida do Taboado, Tiago Cornélio da Silva, de 38 anos, tentou tirar um RG (Registro Geral) usando a cópia da certidão de nascimento do menino. A farsa ocorreu no município vizinho, Selvíria, cidade a 390 quilômetros de Campo Grande, e foi descoberta pela Polícia Civil nesta segunda-feira (18).

De acordo com a Polícia Civil, Tiago foi até a delegacia de Selvíria para tentar fazer o documento de identidade em nome de Marco Aurélio, na manhã do último dia 23 de agosto. Ele exibiu a Certidão de Nascimento original em nome do adolescente, expedida pelo cartório civil das pessoas naturais e de interdições e tutelas de Santa Fé do Sul-SP. A autenticidade da mesma foi confirmada pelo selo no site do Tribunal de Justiça de São Paulo.
O atendimento foi feito normalmente pelo perito papiloscopista, com apresentação de foto atual pelo indivíduo e coleta de impressões digitais. Na quarta-feira, dia 13 de setembro, Tiago ligou na delegacia para saber se o RG tinha chegado, e ao ar o sistema para verificar, o perito viu que o mesmo não tinha sido emitido e continha uma observação.
Ao falar com o setor responsável, foi informado que o farsante já tinha um RG no estado de MS com outro nome: Tiago Cornélio da Silva. Diante da situação, o servidor pesquisou o nome de Marco Aurélio Bezerra Bosaja Simon na internet e descobriu que este era o nome do adolescente desaparecido em 1985, no Pico dos Marins.
Por fim, nesta segunda-feira (18), quando retornou à delegacia, Tiago foi questionado sobre a situação e itiu o crime. Ele alegou que o motivo de ter solicitado a RG se ando por Marco Aurélio, era por que não queria usar mais o nome do pai dele. Entretanto, a suspeita do delegado da Polícia Civil, Felipe Rocha, é de que o suspeito tentou emitir o documento para aplicar golpes.
Como não estava em situação de flagrante, Tiago prestou depoimento e foi liberado. O suspeito foi indiciado por falsidade ideológica e caso seja condenado, pode pegar até 5 anos de prisão.
Viu na TV 5186g
Foi a repercussão do desaparecimento do adolescente, que é um dos mais emblemáticos do país, que teria encorajado o suspeito. Em depoimento ao delegado Felipe Rocha, da Polícia Civil de Selvíria Tiago afirmou que decidiu usar o nome de Marco Aurélio depois de assistir uma reportagem, falando sobre as inúmeras tentativas frustradas de encontrar o garoto, nas últimas 4 décadas.
“Ele disse que viu esta reportagem há um tempo atrás sobre o desaparecimento e pediu a certidão de nascimento do garoto. Ele conseguiu a certidão e foi tentar fazer um RG, possivelmente, para aplicar golpes”, comenta Felipe.
A busca infindável pelo garoto também ganhou repercussão, através do podcast investigativo do Globoplay, “Pico dos Marins: o caso do escoteiro Marco Aurélio”.
A obra é dirigida por Ivan Mizanzuk, jornalista conhecido por outros podcasts de repercussão nacional, como o do Caso Evandro e o Altamira, como parte do Projeto Humanos.
O caso 4v2n2l
Marco Aurélio desapareceu na manhã do dia 8 de junho de 1985 quando fazia uma trilha ao cume do Pico dos Marins acompanhado de três amigos, ambos de 15 anos, e o líder de escotismo do grupo. O Pico dos Marins é o mais alto do estado de São Paulo.
Um dos adolescentes se feriu durante o eio, Marco Aurélio teria ido buscar ajuda e, desde então, nunca mais foi visto. À época, polícia, bombeiros e equipes de inteligência fizeram buscas por 28 dias na área. Nunca foi encontrado nenhum indício das roupas ou objetos que Marco Aurélio usava. As investigações foram encerradas cinco anos depois do desaparecido, em 1990.
Buscas foram retomadas 2j5p65
Coincidência ou não, as buscas por Marco Aurélio foram retomadas nesta segunda-feira (18). O primeiro dia da operação de escavação no Pico dos Marins, onde ele desapareceu, foi encerrado no final da tarde desta segunda-feira (18), com dezenas de amostras coletadas para análise da perícia em Piquete, cidade do interior de São Paulo que fica a 200 km da capital paulista, segundo informações do G1.
O caso foi desarquivado pela primeira em 2021, após novos indícios abrirem duas linhas de investigação da polícia. A primeira delas é a de que ele pode ter sido morto e enterrado em uma casa da região. Buscas foram feitas, mas nada foi encontrado no local. A outra possibilidade investigada pela Polícia Civil é a de que Marco Aurélio possa estar vivo e hoje esteja em situação de rua.
Em novembro de 2022, uma área voltou a ser vasculhada, mas nenhum vestígio foi localizado.
Nesta segunda-feira (18), a Polícia Civil decidiu retomar o caso e realiza uma nova varredura com escavações no pico onde Marco foi visto pela última vez. Desta vez, um drone programado com geo radar capaz de identificar materiais enterrados em grandes profundidas, está sendo utilizado. O equipamento apontou a presença de ossos e de uma terra que possivelmente foi revirada.