“Midíatica e infundada”, diz delegado sobre denúncia do Gaeco na fronteira 731j5z
Rodrigo Blonkowski está afastado do cargo desde o ano ado, quando foi alvo da operação Codicia 441qb
Midiática e infundada. É assim que o delegado Rodrigo Blonkowski define a denúncia feita pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) contra ele, já recebida pela Justiça. Segundo as investigações, o policial afastado das funções chefiava um esquema de corrupção e de tráfico de drogas dentro das delegacias de Corumbá e Ladário, – vizinhas à Bolívia, que fica a 413 quilômetros de Campo Grande.

Ao Primeira Página, o delegado afirmou que “muito em breve os fatos serão esclarecidos”. Disse ainda ter sido foi inocentado em outro processo, também investigado pelo Gaeco.
Foi confirmada pela reportagem a decisão de primeiro grau em benefício de Blonkowiski, como consequência da operação Codicia, realizada no ano ado em Ponta Porã. As acusações na denúncia são praticamente as mesmas atribuídas a ele em Corumbá: liderar um grupo de policiais que cometiam crimes em vez de prender malfeitores. Em Ponta Porã, a denúncia é de extorquir vítimas de crimes para devolver objeto recuperados pelas equipes.
Da operação, Rodrigo acabou denunciado em dois processos. O primeiro, por peculato, já foi julgado pela 2ª Vara Criminal de Ponta Porã e o delegado foi inocentado. Na decisão, o juiz destaca que toda a acusação foi feita com base no depoimento de um policial da 2ª Delegacia de Polícia Civil da cidade, que era surdinado a Rodrigo e por isso, não existiam indícios para a sua condenação.
“Importa destacar aqui que as investigações iniciais não o incluíram como suspeito e que, depois, os investigadores concluíram que ele não era suspeito de atuar no esquema, bem como que o noticiante do esquema de corrupção na delegacia apontou que a situação melhorou com sua chegada ao comando”, destacou o juiz Marcelo Guimarães Marques na decisão.
Para Rodrigo, a absolvição prova que foi alvo da investigação por questões pessoais. “Isso demonstra total despreparo e irresponsabilidade dos membros do Gaeco, que buscam denegrir a imagem de profissionais que atuam exemplarmente no estado. A citada operação foi desencadeada por motivos pessoais envolvendo outros delegados e promotores. Ficou manifesto no bojo da
Instrução processual as inverdades da denúncia”.
Ainda segundo o delegado, a denúncia sobre o suposto esquema de corrupção em Corumbá ocorreu justamente depois da absolvição. “Mais uma manobra do Gaeco para tentar desviar o foco da vergonha de não conseguir provar os fatos aventados na operação Codicia”.
Como se trata de uma decisão de primeiro grau, está em fase de recurso por parte do Gaeco e ainda pode ter mudança.
Rodrigo Blonkowiski segue afastado das funções, em razão de ser réu na outra ação, como assinalou o magistrado ao sentenciar a ação.
Na outra fronteira 2w6nx
Na fronteira com a Bolívia, a acusação é de que Rodrigo e outros dois investigadores da Polícia Civil – Amando Yoshitaka Balancieri e Eduardo Alencar Batista – apreendiam droga, batizavam para reduzir a qualidade e revendiam para outros traficantes da cidade.
“Atuei por vários anos e Corumbá e Ladário, sempre desempenhando meu mister com responsabilidade e zelo”, defendeu-se o delegado.
Na argumentação da defesa da autoridade policial, feita pelo advogado Diego Marcos Gonçalves, o caso foi investigado em 2018 pela Corregedoria da Polícia Civil e na época, foi arquivado por falta de provas. Por isso, o primeiro ato da defesa diante da denúncia foi o pedido pela cópia integral do inquérito policial feito por eles.
“No caso investigado pela Operação Codicia, a justiça foi feita. Vamos trabalhar para comprovar a inocência do meu cliente”, reforçou o advogado.
Ainda conforme Diego, o segundo processo originário da operação em Ponta Porã ainda está em fase de audiências na justiça. Enquanto Blonkowiski não é julgado por todos crimes, ele continua afastado do cargo de delegado da Polícia Civil de Mato Grosso do Sul.
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Grupos rivais 5yn3
Pela descrição da nova denúncia do Gaeco, dois grupos distintos, liderados por delegados, recolhiam drogas das ruas, mas em vez de agir para responsabilizar os traficantes, revendiam a outros criminosos.
De um lado estava Rodrigo. Do outro estava Fernando Araújo da Cruz Júnior, o delegado que matou um boliviano dentro de uma ambulância e foi condenado a mais de 16 anos de prisão. Ele continua preso e afastado do cargo por causa do crime.
Fernando também contava com a ajuda de outras pessoas, entre elas pelo menos mais dois policiais, que faziam a interlocução com traficantes, conforme a denúncia. Todos também foram denunciados por associação para o tráfico.
A reportagem não conseguiu localizar os outros envolvidos. No processo, eles ainda não constituíram advogado.