Menino “doado” conta que mãe já entregou outra filha a parentes 6n5no
A mãe da criança também prestou depoimento e confirmou que o filho moraria com outra família g1j37
O menino de 7 anos que seria “doado” e levado para o Mato Grosso, prestou depoimento nesta segunda-feira (22) ao setor psicossocial da DEPCA (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente). Foi ele quem contou à polícia que não é a primeira vez que a mãe entrega um dos filhos a outra pessoa.

Para a profissional, o menino confirmou que não ia apenas viajar para outro estado, ia morar com outra família e estudar em Rondonópolis, cidade que faz divisa com Mato Grosso do Sul. Ele contou também que a mãe bebia muito e estava desempregada. A mulher, segundo apurado, tem oito filhos, mas vivia apenas com os mais novos.
Foi no depoimento do menino que a polícia descobriu que outra irmã dele, uma menina de 6 anos, foi entregue a um tio paterno, também no Mato Grosso. Agora, a equipe de investigação deve tentar identificar a criança para entender como essa adoção foi feita da primeira vez.
Só depois que a criança foi ouvida, a mãe foi chamada para prestar depoimento. Ela confirmou ter feito uma procuração púbica que garantia poderes a mulher de 43 anos presa ao tentar viajar com o menino e ao cunhado dela.
Ao contrário do que o filho disse, a mulher de 44 anos afirmou que a criança iria para Sorriso e que mais para frente, ela também se mudaria para o estado vizinho, para trabalhar. Para a polícia, a versão apresentada pela mulher é contraditória e precisa ser apurada.
Segundo a delegada Anne Karine Sanches Trevizan Duarte, titular da DEPCA, o documento feito pela mãe do menino dava alguns poderes ao casal, como a possibilidade de matricular ele em uma escola pública, prestar assistência médica e até requisitar documentos, mas não permitia que ele vivesse em outro estado, o que transformou a suposta “adoção” em uma ação irregular.
O próprio documento definia que para viajar pelo Brasil e para o exterior, a mulher e o cunhado tinham o direito de “pedir autorização a Vara de Infância e Juventude”, mas não para levá-lo sem que a justiça decidisse sobre isso. A delegada reforçou que adoção segue um processo burocrático, todo acompanhado pelo poder judiciário. Não como foi feito pelas duas mulheres.
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O caso 2w4a2h
A prisão foi na última quarta-feira (17), no km 493 da BR-163. Policiais rodoviários federais fiscalizavam ônibus de viagem que fazia o itinerário Porto Alegre (RS) – Santarém (PA), quando abordou a ageira.
Questionada, a mulher confessou que não era mãe do menino e que levaria o menor para o estado vizinho. Porém, ela não estava com nenhum documento autorizando a viagem com o menor, apenas com a certidão de nascimento e com a procuração publicada.
Em depoimento, a mulher afirmou que soube pela ex-cunhada que a mãe do menino estaria “dando seu filho para adoção” e pedia ajuda para encontrar um novo cuidador para a criança. Foi aí que, segundo a suspeita, ela teria entrado em contato com um irmão que mora em Boa Esperança (MT), que demonstrou interesse em obter a guarda do menino. Antes disso, acabou presa em flagrante. Ela teve a preventiva decretada em audiência de custódia e permanece na cadeia.