Protetiva e previsão de morte: o que antecedeu 1° feminicídio de Campo Grande 1y3y25

Leonardo Lima cometeu crime após mulher tentar terminar relacionamento 427v

O primeiro feminicídio registrado em Campo Grande tem histórico que não foge muito ao enredo já conhecido, mas nem por isso deixa de ser triste. A diarista Joelma da Silva, 33 anos, “previu” sua morte ao presenciar reação agressiva do convivente e acusado do crime, Leonardo da Silva Lima, 38 anos, ao tentar romper a relação.

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Leonardo Lima, preso pela feminicídio de Joelma Silva (Foto Redes Sociais)

O assunto já permeava a casa da família, composta pelo casal e cinco filhos, localizada no Núcleo Industrial, mas tomou força na noite desta terça-feira (20).

A mulher não queria seguir com a relação, ele, em depoimento à Polícia Civil, definiu que isso era “inissível”. A discussão varou a madrugada e só cessou quando os filhos mais velhos – 16, 13 e 8 anos – decidiram acionar a Polícia Militar. Os policiais foram ao local, mas Leonardo havia saído de cena.

Retornou logo após os agentes irem embora e tornou a discutir com a vítima. Desta vez durou pouco, só até ele ir à cozinha pegar uma faca e desferir três golpes no rosto de Joelma, cinco nas costas e uma no tórax, sendo esta última a fatal, segundo a delegada Elaine Benicasa, titular na Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher).

“Quando a equipe da Deam chegou até lá, ela já estava morta”, explicou. O assassinato ocorreu na frente dos cinco filhos. O de oito anos estava ao lado da mãe, no sofá.

Por ter visto de um ângulo muito próximo, o pequeno foi ouvido na DEPCA (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente) e, ainda conforme Benicasa, contou o ocorrido com riqueza de detalhes. Leonardo foi encontrado algumas horas após o crime em uma rua no bairro Caiobá. No momento em que foi pego, trocava de roupa para tentar despistar a polícia e fugir.

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Joelma tinha 33 anos e morreu após levar 9 facadas (Foto Redes Sociais)

Em depoimento, feito por volta do meio-dia, inicialmente não demonstrou arrependimento. Voltou a dizer que não aceitava ser deixado pela companheira e citou uma possível traição, nada confirmado pela investigação.

A filha mais velha de Joelma também foi ouvida. Contou que tentou apartar a briga ainda no começo, mas o padrasto deu um tapa em seu rosto e a trancou para fora de casa. Como seu quarto não ficava dentro do imóvel, foi dormir e só acordou quando a irmã, de 13 anos, foi acordá-la, já com a notícia de que a mãe havia morrido. À polícia, a primogênita relatou que a vítima “previu” a morte.

“A filha presenciou o momento em que Leonardo dizia que a mulher iria largá-lo. A vítima dizia que não ia deixá-lo. Quando Leonardo saiu, no entanto, a vítima disse para filha ‘ele vai voltar e me matar'”.

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Talvez a previsão de Joelma tenha como base o histórico de violência vivido por ela. Segundo a delegada, havia registros de boletim de ocorrência por violência doméstica. O último era de março do ano ado, registrado como “lesão corporal recíproca”.

Uma medida protetiva foi expedida à época, porém o casal acabou se reconciliando. Para isso ocorrer, uma condição foi posta à mesa: a revogação da protetiva. Assim foi feito. Em maio do mesmo ano, Joelma pediu a revogação.

As crianças 4a6ax

Os filhos agora estão com a avó materna e serão inseridos no projeto Acolhida, da Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública) que oferta e aos chamados “sobreviventes do feminicídio”.

“O poder público vai dar o e, auxílio para as crianças porque os dois menores [de dois e um ano] eram sustentados exclusivamente com a renda da mãe e do pai, que agora está preso”.

Leonardo era pai dos dois bebês e os mais velhos eram frutos de relacionamento que Joelma teve anteriormente. O acusado vai ar por audiência de custódia e a Justiça deve determinar se segue preso.

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