Marãiwatsédé: empresa suspeita de camuflar pagamentos é alvo de mandado 694k2b
Dois mandados de busca e apreensão, sendo um deles na sede de uma empresa suspeita de ter atuado de forma decisiva no esquema de arrendamento ilegal para criação de gado na Terra Indígena Xavante Marãiwatsédé, a 1.064 km de Cuiabá, foram cumpridos na 2ª fase da operação “Res Capta”, na manhã desta quinta-feira (31).

A casa do proprietário da empresa também foi alvo de um dos mandados em Confresa, a 1.160 km da Capital. A suspeita é de que a empresa em questão tenha camuflado supostas propinas por servidores da Funai (Fundação Nacional do Índio) de Ribeirão Cascalheira.
A 1ª fase da operação foi deflagrada em 17 de março e mirou o esquema de corrupção que envolvia fazendeiros, lideranças indígenas e servidores da Funai.
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Eles são suspeitos de 15 arrendamentos ilegais na Terra Indígena Xavante Marãiwatsédé para criação de gado e de provocar degradação ambiental por causa da atividade pecuária.
Na 1ª fase da operação “Res Capta”, a Polícia Civil apurou que as pessoas que arrendavam ilegalmente terra estavam sendo obrigadas a pagar 10% do valor do arrendamento, de forma antecipada, aos servidores da Funai de Ribeirão Cascalheira, por supostos serviços de medição da área.

Após as supostas medições, eles ainda deveriam pagar R$ 5 por hectare medido, valor que poderia chegar a R$ 825 mil, considerando a extensão da terra indígena. Através da deflagração da 1ª fase da operação, o esquema foi interrompido.
Os depoimentos colhidos pela Polícia Federal de Barra do Garças indicaram que os servidores alegaram aos arrendatários que as medições seriam imprescindíveis para formalizar um suposto TAC (Termo de Ajustamento de conduta) com o MPF (Ministério Público Federal).
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A TAC, que nunca existiu, permitiria aos arrendatários explorar economicamente a Terra Indígena Marãiwatsédé por até 15 anos.
A empresa contratada por um dos servidores da Funai que foi preso na 1ª fase da operação é suspeita de ter papel importante no esquema, sendo responsável pela execução dos serviços desnecessários. A suspeita é de que as supostas medições serviam para camuflar os pagamentos ilícitos.