Mais pessoas afirmam terem sido vítimas de padre preso suspeito de abusos sexuais 11g26

Mais duas pessoas procuraram a Polícia Civil nessa quinta-feira (17) afirmando terem sido vítimas do padre Nelson Koch, preso preventivamente por suspeita de ter abusado sexualmente de dois adolescentes. O religioso, que atua na Diocese de Sinop, a 503 km de Cuiabá, ou por audiência de custódia na qual foi mantida a prisão dele.

“Ontem falei com duas pessoas, já adultas, que falaram que foram vítimas dele quando eram crianças e adolescentes”, disse o delegado Pablo Carneiro ao Primeira Página na manhã desta sexta-feira (18).

Segundo o delegado, até o final do dia será divulgado um número de telefone específico para denúncias. Ele acredita que pode haver mais vítimas.  

Koch está na Penitenciária Dr. Osvaldo Florentino Leite, conhecida como Ferrugem, em Sinop. O Primeira Página ligou e mandou mensagens para a defesa do religioso para falar sobre as novas denúncias contra ele, mas não obteve resposta.

Afastamento da Igreja 6u561o

A Diocese Sagrado Coração de Jesus de Sinop informou que em 14 de fevereiro recebeu oficialmente a denúncia de membros de uma família contra o padre e que foi aberto um procedimento istrativo para apurar o caso. Ele também foi afastado da funções.  

“Nós não temos prova nenhuma. […] Esse afastamento é por tempo indeterminado, e pelo menos para nós, ele durará enquanto houver o procedimento. No meio do procedimento não há risco nenhum dele retornar. Até porque, independente das provas policiais, nós temos os nossos meios de colher as provas, para que possamos aplicar a legislação no caso concreto”, disse o advogado Claudio Alves, que representa a Diocese.  

Segundo o advogado, não existe prazo para que o procedimento istrativo seja finalizado, mas espera apresentar uma resposta para a sociedade em, no máximo, 70 dias.  

Entenda o caso 3l1v3g

O padre é suspeito dos crimes de estupro, estupro de vulnerável e importunação sexual. Segundo o delegado Sérgio Ribeiro Araújo, em entrevista preliminar, Koch disse que os abusos aconteciam com consentimento dos menores de idade.   

“Disse que todos os relacionamentos que teve com esses adolescentes teriam sido consentidos e que eles até pediam. Ele demonstrava bem arrependido dos fatos, chorou muito, porque ia deixar de ser padre. Dizia que queria preservar também a igreja”, disse Araújo.   

A polícia também apreendeu o celular do religioso. Mas, segundo o delegado, o aparelho foi formatado e todas as mensagens já haviam sido apagadas.

Investigação 4k5f44

A Polícia Civil informou que a investigação começou quando a mãe de uma vítima procurou a instituição e declarou que seu filho, de 15 anos, teria sofrido os abusos sexuais em diferentes períodos. Em depoimento especial, esse menor de idade afirmou que os crimes aconteceram quando ele tinha 7, 13 e 15 anos de idade. 

O outro adolescente, de 17 anos, disse aos policiais que os abusos foram cometidos nos últimos três anos, sem o consentimento dele. 

Uma das vítimas também disse em depoimento que o padre fez ameaças, de forma velada, dizendo ser uma pessoa de influência.