Mãe denuncia Santa Casa após morte de bebê de 9 meses em MS 692g1v
Menina morreu enquanto recebia medicação na veia, misturada ao soro 3h222f
“Eu me desesperei, saí correndo”. Essa foi a reação contada por Letícia Lopes dos Santos, de 30 anos, ao ver a filha de apenas 9 meses morrer na sua frente. De acordo com a atendente, a bebê faleceu após erro na aplicação de um medicamento, durante internação na Santa Casa de Paranaíba no dia 29 de abril.
À reportagem, Letícia contou que a filha começou a ter febre no dia 22 de abril e, por isso, levou a menina até o hospital, onde foram realizados exames de sangue e raio-x, mas os resultados não apontaram nenhum problema.
“Ela ficou do dia 25 até o dia 28 tranquila. Não teve febre, dor, nada. Quando foi do dia 28 para 29, ela amanheceu bem febril, estava com 38,2°C de febre. Eu não podia mais faltar no serviço e deixei ela com minha sogra e minha cunhada. Quando cheguei por volta das 12h50, ela ainda estava com febre e levei ela para Santa Casa por volta das 13h30”, disse.
Ao ser atendida na triagem, Letícia afirmou que a enfermeira pediu para que ela medisse a temperatura na frente dela e, quando o aparelho apontou temperatura de 38.5°C, a bebê recebeu pulseira amarela e foi levada para dentro da unidade de saúde.
A médica que realizou o atendimento receitou dipirona e bromoprida, além de um exame de raio-x, cujo resultado não apontou nada anormal.

A internação 5h3g3l
Quando houve a troca de plantão, a médica do período noturno optou por internar a pequena e, após levar a filha para o quarto, avisou a enfermeira que antes da aplicação do medicamento, gostaria de dar banho na bebê e trocá-la de roupa.
“Coloquei ela na caminha e fui até a porta chamar ela [a enfermeira]. Ela estava no corredor comendo arroz doce e disse que já viria. Eu entrei e ela veio atrás de mim. Ela [a enfermeira] trocou o o. Numa ponta estava o soro e ela apertou para injetar o medicamento”, afirmou.
Ainda conforme a mãe da vítima, enquanto o medicamento era aplicado, a menina não apresentou nenhum problema, porém, próximo do fim, a situação mudou repentinamente.
“Quando estava no finalzinho ela [a bebê] só virou a cabeça para o lado esquerdo, saiu uma lágrima e ela teve uma parada cardíaca. A enfermeira olhou para mim e falou ‘o que está acontecendo?’. Eu disse que não sabia e, quando peguei a Maria Helena no colo eu já vi ela sem vida, toda roxa”, disse.
Diante da situação, a profissional pegou a menina no colo e pediu para que a mãe buscasse ajuda de outras enfermeiras que estariam no corredor.
“A enfermeira-chefe pegou ela de bruço como se ela estivesse engasgando e correu com ela para ala vermelha. Eu me desesperei, saí correndo. Meu marido no telefone e eu não conseguia explicar o que estava acontecendo”, destacou.
Minutos depois, familiares de Letícia chegaram ao hospital para dar e, enquanto não recebiam uma resposta por parte da equipe médica. Após 40 minutos, a equipe chamou Letícia e o marido para conversar, quando contou que a bebê sofreu uma parada cardíaca e não resistiu.
“Ela disse que a Maria Helena veio lá de baixo com uma parada cardíaca e que ficaram 40 minutos fazendo manobra para ela voltar, mas não conseguiram”, disse Letícia.
Após receber a notícia, ela e o marido foram até o local onde a filha estava e a encontraram deitada em uma maca, coberta com um lençol branco e uma coberta preta. “Eu coloquei ela nos braços e as enfermeiras dizendo que eu não poderia ficar com ela”, contou.
Depois de deixarem o local, encontraram a médica responsável pelo atendimento, que pediu que o casal assinasse um documento para que um exame fosse realizado e descobrisse a causa da morte. Entretanto, segundo Letícia, eles não teriam o ao resultado.
Virou caso de polícia 4o3m4c
Os pais da bebê se recusaram a o papel e decidiram ir até a delegacia de Polícia Civil da cidade para registrar um boletim de ocorrência. O corpo da menina foi encaminhado ao IML (Instituto Médico Legal), mas segundo Letícia, o exame que poderia constatar a morte de Maria Helena não foi feito. Por isso, a certidão de óbito consta com informação de “morte natural”.
“Uma perita disse que não fizeram exame toxicológico, porque no estado de Mato Grosso do Sul não é feito. É muito difícil ar pelo luto de um filho, arranca um pedaço da gente”, relatou bastante abalada.
Agora, a família pede por justiça e alega que houve erro na aplicação do medicamento, que causou a morte da menina de apenas 9 meses. O caso foi registrado na 1ª delegacia de Polícia Civil de Paranaíba como morte por causa indeterminada. A assessoria de imprensa foi procurada e questionou o andamento da investigação, mas não houve retorno.
À reportagem, o diretor-clínico da Santa Casa de Paranaíba, Pedro Eurico, afirmou que após ser atendida, a bebê evoluiu para óbito e o corpo encaminhado ao IML, por conta da morte ser “suspeita” e “não natural, não esperada”.
“A legista que realizou o procedimento necroscópico encontrou alterações na criança envolvendo a parte respiratória. Fragmentos foram retirados para serem encaminhados ao IMOL em Campo Grande para que seja feita a análise de qual patologia pulmonar ocorreu. Em relação à troca de medicação, me foi informado que ela teria alergia à dipirona, só que ela veio por cinco vezes antes, em dias anteriores, com o quadro de febre e a febre sempre foi controlada na emergência do hospital com dipirona. A conduta do hospital é aguardar o trabalho do Instituto Médico Legal, que está sendo feito por determinação de um delegado de polícia em um inquérito”, finalizou.