Mãe cobra punição de policial que baleou filha sem querer em operação 4t2340
ado o susto de ver a filha, de apenas 18 anos, baleada por engano pela polícia, a mãe da jovem, a dona de casa Adriana Miguel Vicente, de 54 anos, afirma que não vai deixar que o incidente fique impune.
Raiane Vicente dos Santos, a vítima, estava sentava na frente de casa na rua da Flauta, no bairro Tiradentes, quando foi atingida na perna durante uma operação da Denar (Delegacia Especializada de Repressão ao Narcotráfico), nesta segunda-feira (29).
A vítima foi socorrida por testemunhas e levada em um veículo de aplicativo para uma unidade de saúde.

“Amanhã mesmo eu vou procurar a Cepol, vou registrar um B.O (Boletim de Ocorrência) e vou dar andamento nessa situação. Eu não vou deixar isso ar batido. Eu vou procurar os direitos da minha filha até porque ela não é bandida, ela estava trabalhando, ela havia acabado de chegar do emprego, você entende?”.
Adriana Miguel Vicente, mãe de Raiane.
A dona de casa critica a conduta dos policiais durante a operação. A região onde ocorreu o disparo é reduto do tráfico de drogas, bastante frequentado por usuários de drogas. Mas por lá também é grande a movimentação de crianças, conta Adriana.
“Ali é uma comunidade que tem muita criança, poderia ser qualquer uma delas. Mas eles não respeitam mesmo, eles vão chegando e vão metendo bala, nem troca de tiros teve. Infelizmente, a minha filha estava no lugar errado, na hora errada”.
Adriana Miguel Vicente, mãe de Raiane.
Raiane foi socorrida para uma unidade de saúde e em seguida, os policiais chegaram no local. Nesta terça-feira (30), durante coletiva de imprensa, o delegado Hoffman D’ávilla, titular da Denar, afirmou que quando os investigadores foram até a vítima, ela já havia sido socorrida.
“Eles não estavam preocupados com ela, estavam preocupados é com os bandidos que estavam lá no chão, com a operação”.
Adriana Miguel Vicente, mãe de Raiane.
A Polícia Civil, contudo, já entrou em contato com a namorada da jovem e teria se comprometido em prestar apoio à família.
Nesta terça-feira (30), a Denar argumentou que o “disparo de advertência” foi efetuado no momento em que um dos suspeitos avançou com uma faca, para cima de um dos policiais. Os oficiais investigavam denúncias de que na vizinha funcionava um ponto de vendas de entorpecentes, 24h por dia.
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“Enquanto a equipe tentava proceder à abordagem na esquina entre a Travessa dos Metais e a Rua da Flauta, outro policial se dirigiu, sozinho, a pé, até a referida travessa, quando se deparou com os suspeitos correndo em sua direção. Nesse contexto, sem muitos recursos disponíveis, referido investigador sacou a arma de fogo, se identificou como policial e deu voz de abordagem aos suspeitos, determinando que eles parassem, não tendo sido atendido. Um dos suspeitos, inclusive, corria com uma faca em mãos, em direção ao policial, razão pela qual este último se viu obrigado a realizar um disparo de advertência em direção ao muro lateral, instante em que finalmente os alvos se renderam, deitando-se ao solo, sendo alcançados pelos demais policiais na sequência. Uma pessoa que estava próximo ao local foi atingida pelo disparo, foi socorrida e está recebendo todo o amparo necessário pela Unidade Policial”.
Nota da Polícia Civil sobre a ocorrência.
Durante a operação também foram apreendidas seis porções de maconha, que pesaram 21,6 gramas, além de uma faca e R$ 163,00 em dinheiro trocado. A reportagem questionou a Polícia Civil se a Corregedoria da corporação vai investigar as circunstâncias do disparo e aguarda retorno.
A vítima 434f2q
Raiane segue internada na Santa Casa de Campo Grande. Conforme o hospital, estava previsto que a vítima fosse submetida a uma cirurgia, não invasiva, nesta tarde.