Livro detalha caso Araceli, 50 anos depois 2ty6n
Nome da menina morta no Espírito Santo em 1973 batiza operação feita todos os anos contra pedófilos w714o
A operação Araceli, nas ruas nesta quinta-feira (11) para prender pedófilos que têm ordens de prisão por crimes contra crianças e adolescentes, tem esse nome em alusão a um caso emblemático no Brasil. Araceli Cabrera Crespo foi assassinada em 18 de maio de 1973 em Vitória (ES), há 50 anos, portanto. A criança tinha 8 anos.
Na data que marca meio século do crime, um livro conta a história, que foi capaz de provocar assombro no país todo à época, tamanha a brutalidade. O Dia Nacional de Combate ao Abuso Sexual contra Crianças é celebrado em 18 de maio em referência a esse caso, e todos os anos uma operação é feita para encarcerar pessoas acusadas de crimes do tipo.

A autoria é de Katilaine Chagas, jornalista, professora de inglês e tradutora nascida no Rio de Janeiro, e de Felipe Quintino, que nasceu em Vitória, é jornalista e professor do curso de Jornalismo da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul.
Um crime brutal 4p3qn
Araceli deixou o colégio São Pedro, na capital capixaba, um pouco mais cedo naquele 18 de maio, por solicitação da mãe, em razão do horário do ônibus para a volta. Nunca mais retornou. Seis dias depois, o corpo da menina foi achado em um matagal, perto de um hospital. Estava desfigurado e em adiantado estado de decomposição, com evidências de violência sexual.

“Começava um dos casos policiais de maior repercussão na história judicial brasileira, deflagrado em plena ditadura militar e marcado por uma mistura de elementos: boatos, pressões, omissões e denúncias de destruição de provas”, como descreve o material de divulgação de “O caso Araceli – Mistérios, abusos e impunidades”.
Os restos mortais de Araceli ficaram durante quase três anos no Serviço Médico Legal à espera de sepultamento. Três pessoas foram denunciadas pela morte da menina, Paulo Helal, Dante Brito Michelini, chamado de “Dantinho”, e o pai dele, Dante de Barros Michelini, integrantes de famílias influentes.
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Paulo e Dantinho, conforme a denúncia à Justiça citada na divulgação da obra, “arquitetaram um plano diabólico para possuí-la sexualmente, usando de todos os recursos, mesmo se fosse necessário, sacrificá-la, como aconteceu”.
Os suspeitos foram inocentados e o processo arquivado judicialmente.
O caso teve enorme repercussão em todo o país. Foi tema de peça teatral, de romance-reportagem e do programa Globo Repórter.
No livro que está sendo lançado nos 50 anos da morte de Araceli, os jornalistas Felipe Quintino e Katilaine Chagas “buscam ajudar na luta contra o esquecimento desse caso e contribuir na sensibilização para uma consciência e mobilização no enfrentamento à violência sexual”. O Dia Nacional de Combate ao Abuso Sexual contra Crianças é celebrado em 18 de maio em referência a esse caso.