Juiz manda soltar presa que denunciou estupro por policial em delegacia de MS 4f342e
Magistrado entendeu que a integridade física e psicológica dela não poderia ser garantida se continuasse na delegacia s6859
A detenta estuprada dentro de delegacia em Sidrolândia vai responder ao processo em liberdade. Presa por tráfico de drogas no último dia 4, a mulher de 28 anos denunciou ter sido violentada por um investigador. Com base nisto, o juiz entendeu que a integridade física e psicológica dela não poderia ser garantida se continuasse encarcerada.

No último dia 4 a mulher e um jovem de 18 anos foram presos em flagrante por tráfico de drogas. Ela, que é da Paraíba, e o rapaz de Ponta Porã tiveram as prisões convertidas em preventiva, ou seja, ficariam presos durante todo o decorrer do processo.
Ela estava em uma das celas da delegacia de Sidrolândia, quando foi retirada pelo investigador, de 41 anos, e levada para outra sala. Conforme o relato dela, o policial teria dito que o advogado esperava para conversar com a detenta.
A mulher sofreu abuso sexual e foi ameaçada pelo investigador. Outros presos, em outras celas, ficaram desconfiados da situação, especialmente porque ela voltou chorosa e amedrontada. Ela contou sobre o caso e eles questionaram o policial.
O homem negou e ainda tentou comprar o silêncio dos detentos entregando um celular para eles, mas eles chamaram uma delegada ao local e a investigação teve início, com a vítima confirmando os abusos.O investigador foi preso.
Em nova decisão, o juiz Albino Coimbra Neto que colocou a mulher em liberdade ressaltou que “é necessário resguardar a integridade física e psicológica da ofendida, o que não se pode garantir se permanecer custodiada, pois flagrante a violação de direito em face de pessoa cuja tutela é de responsabilidade do Estado”.
O magistrado ressaltou que qualquer mudança de endereço deverá ser comunicada à Justiça.
Defesa da vítima 396u6d
A advogada da mulher, Larissa Cavalheiro de Lima, comemorou a decisão da Justiça em conceder liberdade provisória à detenta. “Não podemos itir tal situação, em defesa aos direitos das mulheres e em atenção ao princípio da dignidade humana, que determina o valor inerente da moralidade, espiritualidade e honra de todo o ser humano, independente da sua condição perante a circunstância dada”.
A reportagem ainda não conseguiu contato com a defesa do investigador. O Sinpol (Sindicato dos Policiais Civis de Mato Grosso do Sul) não vai se manifestar sobre o caso porque ele corre em segredo de Justiça.