Jogo do bicho continua com apoio de policiais, destaca Gaeco 5ya1c
Grupo criminoso é investigado por roubos à mão armada durante disputa pelo monopólio do jogo do bicho em Campo Grande 332d4k
Mais uma vez, uma operação contra o jogo do bicho em Campo Grande revela o envolvimento de integrantes da segurança pública no esquema criminoso. A operação “Successione”, deflagrada nesta terça-feira (5), mira um grupo que tenta assumir o controle dos jogos de azar, “enfraquecido” depois da operação “Omertà”, que colocou na cadeia os comandantes do jogo de azar durante décadas em Campo Grande, sob liderança da família Name.

O Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) foi às ruas para cumprir dez mandados de prisão e 13 de busca e apreensão contra suspeitos de integrar organização criminosa.
Em nota, o Ministério Público revelou que a operação visa a um grupo criminoso responsável por diversos roubos à mão armada em plena luz do dia e na frente de várias pessoas, em meio à disputa pelo monopólio do jogo do bicho em Campo Grande.
Para isso, os criminosos contavam com ajuda de integrantes da segurança pública, anota o texto divulgado.
“As investigações constataram, ainda, que a organização criminosa tem grave penetração nos órgãos de segurança pública e conta com policiais para o desempenho de suas atividades, revelando-se, portanto, dotada de especial periculosidade”.
Nota do Gaeco
Segundo o Gaeco, o grupo migrou para a capital sul-mato-grossense e começou uma disputa pelo controle do jogo do bicho, que antes pertencia à família de Jamil Name, mas foi enfraquecido ao longo dos anos de ação da Omertà.
O esquema revelado pela força-tarefa da Omertà ficou marcado justamente por envolver policiais civis e guardas civis metropolitanos nas mais diversas camadas da organização. Crimes como extorsão, ameaça e até homicídios foram atribuídos aos envolvidos.
No centro do novo grupo, de acordo com as investigações, está o deputado estadual Neno Razuk (PL), de Dourados. Ele é filho de Roberto Razuk, que já foi alvo de operações por envolvimento com jogatina e cumpriu pena por lavagem de dinheiro.
Nesta manhã, a casa de Neno foi alvo de busca e apreensão. As equipes saíram de lá com dois celulares e um tablet apreendidos.
Neno Razuk conversou com o Primeira Página e negou qualquer envolvimento com o bicho. Assista abaixo à entrevista do deputado para o jornalista Fabiano Arruda:
Assessores parlamentares do deputado também estão na lista de presos, mas os nomes não foram confirmados. O que já se sabe é que dois são policiais militares; o major reformado Gilberto Luiz dos Santos e o sargento reformado Manuel José Ribeiro.
De dez mandados de prisão, sete já foram cumpridos.
O que diz a polícia 6q3o1k
A reportagem também procurou a Polícia Militar para entender a situação dos militares investigados.
De acordo com a instituição, como os alvos estão na reserva remunerada, a investigação não tem relação a atividade deles como policiais. Por isso, até o momento, a Polícia Militar de Mato Grosso do Sul não foi notificada sobre as prisões.
Apesar disso, os suspeitos vão ficar no Presídio Militar Estadual até uma nova decisão judicial.
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Uma investigação interna só deve acontecer após o fim do inquérito do Ministério Público, quando o documento for enviado a corporação.
A Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul informou que não vai se manifestar sobre as prisões de assessores parlamentares.