Inquérito sobre suspeitas de crimes sexuais contra Marquinhos tem 1,6 mil páginas 6f1b2a
Peça chegou nesta terça-feira para análise do Ministério Público, que vai decidir se denuncia ou não o ex-prefeito à Justiça p726g
Está sob análise do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) o inquérito policial sobre as suspeitas de crimes contra a dignidade sexual contra o ex-prefeito de Campo Grande, Marquinhos Trad (PSD). O Primeira Página apurou que a peça chegou nesta terça-feira (25) à promotoria atuante junto à 3ª Vara Criminal.

São 1.650 páginas. O arquivo, produzido pela delegada Maira Machado, da Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher), tem depoimentos das denunciantes, das testemunhas, peças da perícia e o interrogatório do investigado na Polícia Civil.
Considerando o prazo legal, a partir de agora o promotor responsável pelo caso, Alexandre Capiberibe Saldanha, tem 15 dias para definir se vai ou não denunciar Marquinhos Trad pelos crimes apontados no inquérito. Depois disso, é a vez da juiza Eucélia Moreira Cassal, titular da Vara, avaliar se acata ou não a denúncia, caso ela venha. Só depois disso, se saberá se o prefeito vai ou não virar réu.
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O caderno investigatório foi concluído na semana ada, depois do depoimento do ex-prefeito, candidato derrotado nas eleições deste ano para governador. Marquinhos depôs no dia 18 de outubro, depois de faltar em outras duas oportunidades, alegando compromissos de campanha.
Ele se tornou alvo de apuração policial no início em julho, justamente quando começavam as atividades de campanha. Conforme divulgado pela Polícia Civil, que fez entrevista coletiva sobre o trabalho policial, estavam em investigação crimes de estupro, tentativa de estupro, injúria, assédio sexual, favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração sexual e ainda importunação sexual.
Inicialmente, foram 4 denunciantes, que disseram ter sido vítimas de crimes contra a dignidade sexual pelo ex-prefeito.
Em suma, diziam ter tido relações sexuais com o político em troca de favores oferecidos diante da condição de prefeito. Até o gabinete do Chefe do Executivo na Avenida Afonso Pena, de acordo com os testemunhos, foi usado para os encontros.
Na época, Marquinhos itiu ter tido relações fora do casamento com duas das mulheres e alegou já ter sido perdoado pela família. Negou uso do cargo para favorecer as mulheres de alguma forma. Sua versão, mantida desde então, é de ter sido alvo de uma armação para prejudicar sua campanha.
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Chegaram a ser identificadas 16 denunciantes, porém a defesa de Marquinhos conseguiu derrubar a maior parte das acusações com decisões em habeas corpus do TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul). O entendimento aplicado foi em dois sentidos: ou os crimes já haviam prescrito, ou a conduta apontada não havia sido tipificada como agressão à lei à época dos fatos.
Havia denúncia de situação ocorrida ainda quando o político era deputado, na metade da década de 2000. Nesse período, não havia sido criado, por exemplo, o crime de importunação sexual, que estava entre as suspeitas.