Inquérito sobre QG do bicho fica parado até chefe da PCMS voltar de viagem w1b39
A previsão de retorno de Gurgel ao trabalho é na próxima segunda-feira (23 de outubro). Já terá se ado uma semana da localização do material usado em atividade clandestina. 4w4i3v
ados quatro dias da apreensão de 700 máquinas usadas para apostas do jogo do bicho em Campo Grande, o caso ainda não se transformou em investigação policial. O material, avaliado em mais de meio milhão de reais, está parado no Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubo a Banco, Assaltos e Sequestros), à espera de definição sobre que unidade da Polícia Civil vai tocar a demanda.
Isso só vai se desenrolar quando o delegado-geral de Polícia Civil, Roberto Gurgel, voltar de viagem aos Estados Unidos, onde participa de evento reunindo chefes de polícias do mundo todo.

“Faremos a definição de maneira técnica e jurídica com sempre pautamos nossas ações”, declarou o chefe da PCMS, por Whatsapp, quando indagado pela reportagem do Primeira Página.
“Estamos aguardando o encaminhamento das informações do Garras para que possamos deliberar sobre a delegacia que fará tal investigação. Faremos tal análise de maneira técnica e jurídica, como sempre fizemos, deliberando qual a unidade com atribuição para a investigação”.
Roberto Gurgel, delegado-geral em MS
Indagado sobre o motivo de ainda não ter havido a deliberação, Gurgel garantiu não haver “dificuldade alguma”. “Apenas o aguardo das informações para a deliberação técnica/jurídica”, disse.
A previsão de retorno de Gurgel ao trabalho é na próxima segunda-feira (23 de outubro). Já terá se ado uma semana da localização do material usado em atividade clandestina.
Existe inquérito sobre jogo do bicho correndo no Dracco (Departamento de Repressão e Combate ao Crime Organizado), unidade mais cotada para receber a demanda.
Leia mais n1u6n
A demora na distribuição do inquérito vai contra o que a própria corporação recomenda no documento que é a “bíblia” a ser seguida pelos delegados para conduzir a apuração de crimes.
No R12 (Regulamento das Atividades da Polícia Judiciária do Estado de Mato Grosso do Sul), de 2003, o prazo dado para os trâmites de investigações de infrações penais é de cinco dias.
Confira o texto: 3m3w22
“Art. 1º As notícias de infração às normas penais serão registradas como ocorrências policiais independentemente de sua origem e depois de receberem a numeração sequencial e registradas em livro próprio ou arquivo eletrônico serão analisadas pelo delegado de polícia titular que terá o prazo máximo de cinco dias úteis para adotar as providências do § 4º ou efetuar a distribuição objetivando a instauração de inquérito policial ou de outro procedimento apuratório.”
O parágrafo citado informa que o delegado deverá, no prazo de cinco dias úteis, “analisar o expediente recebido dando-lhe a devida destinação, priorizar os casos de crimes contra a vida, de crimes de gravidade e repercussão, aqueles praticados contra crianças e idosos, os crimes hediondos e equiparados a hediondos e outros que por sua natureza exijam medidas imediatas e impostergáveis”.

A descoberta 5v4r
Na segunda-feira, como parte da investigação de um roubo, equipe do Garras chegou até o imóvel, onde foram encontras nove pessoas, que disseram estar ali só para jogar baralho.
A pessoa que atendeu o portão permitiu a entrada dos policiais, que encontraram os equipamentos, semelhantes a máquinas de cartão de crédito. Parte estava com a nota fiscal, e outra já usada, inclusive com boletos de aposta do jogo do bicho.
O sistema utilizado é parecido com o que foi identificado na operação Omertá, de combate a milícia armada chefiada pela família Name, conhecida por explorar o jogo do bicho em Campo Grande. A organização, conforme a operação do Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado), cometeu uma série de crimes, até mesmo execuções, uma delas já com condenação a Jamil Name Filho, a 23 anos de prisão.
Depois de a Omertá fazer investida contra a atividade, foram retiradas das ruas as bancas que ocuparam as calçadas por décadas.
Com os suspeitos de chefiar o esquema sob investigação, parte deles presos, o jogo do bicho ficou pulverizado entre vários grupos na cidade.
A desconfiança em relação ao imóvel localizado no bairro Monte Castelo alvo da ação nesta semana, é de que seja um QG de organização criminosa que está tentando monopolizar a atividade.
Das nove pessoas localizadas, duas identificadas até agora são policiais militares reformados, um major e um sargento. O major Gilberto Luiz dos Santos é nomeado na Assembleia Legislativa no gabinete do deputado estadual Neno Razuk (PL).
Nem o deputado nem o assessor toparam falar sobre o assunto. O major G.Santos, como é conhecido, não respondeu às mensagens do Primeira Página.
Neno Razuk afirmou que só vai falar do assunto quando tiver detalhamento sobre o conteúdo contra o assessor.
Por ora, G.Santos e as outras pessoas flagradas no “QG” apenas prestaram declarações à polícia. Todos disseram estar na casa para jogar baralho e alegaram desconhecer a origem das máquinas de aposta.
A apuração do Primeira Página indica que cada uma das máquinas encontradas têm custo de R$ 700. Como foram 700, o valor perdido pelos responsáveis é de próximo de meio milhão.