Indígenas denunciam intimidação e conflito na Terra Kurupi, em Naviraí 73p72
a Polícia Militar negou qualquer tipo de confronto com os indígenas, confirmaram apenas que foram ao local para atender um chamado do proprietário da fazenda 1f2x6a
A tarde dessa quinta-feira (16) foi marcada por mais um conflito entre indígenas e fazendeiros em Mato Grosso do Sul. Desta vez, a invasão da área que divide o território ancestral e a propriedade rural desencadeou momentos de tensão na Terra Kurupi, em Naviraí – a 342 quilômetros de Campo Grande – que tiveram até ação da Polícia Militar.
O Conselho Indigenista Missionário, Regional Mato Grosso do Sul, tornou a situação pública ainda nesta quinta-feira, horas depois do conflito.
Hoje os kaiowás da Terra Kurupi vivem apenas um pequeno pedaço da terra pertenceu aos ancestrais, entre uma área de mata de preservação permanente e a BR-163. Quem a por ali, vê apenas um acampamento às margens de uma rodovia, mas segundo Matias Benno Rempel, coordenador do Conselho no estado, o povo indígena da região já enfrenta mais de 40 anos de luta.
Desde 2007, os indígenas esperar a demarcação das terras, situação que foi acordada entre Ministério Público Federal e a Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas). Enquanto isso não acontece, sobrevivem as margens da pista e tiram da mata preservada remédios e materiais para seus artesanatos e rituais.
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Segundo o Conselho, funcionários da fazenda que faz divisa com a terra indígena iniciaram um processo de desmatamento da área de preservação permanente e por isso, um grupo da aldeia foi até o local pedir para mata não fosse destruída.
Em um primeiro momento, os trabalhadores se afastaram da mata e os indígenas decidiram ir até a sede da fazenda para “impedir que machucassem a mata da comunidade”, mas neste momento foram recebidos a tiros dos capatazes da fazenda, que eram escoltados pelos policiais militares.
A partir desse momento, os relatos dos indígenas é de retaliação e intimidação por parte da polícia. Segundo os indígenas, houve disparos dos jagunços do fazendeiro, enquanto os militares cercavam a comunidade com caminhonetes e um helicóptero sobrevoava a área, fazendo com que mulheres e crianças procurarem a mata para se esconder.
“Porque esse povo da fazenda não respeita. Eles estão quebrando a regra da justiça. Porque eles tem todo o direito de quebrar a quebra e nós não? Eles exigem respeito, nós também exigimos respeito. Se eles não respeitam, nós também não vai respeitar”, desabafou Valdir Martins, liderança guarani-kaiowa na terra Kurupi.
O conflito acontece na véspera da visita da ministra dos Povos Originários, Sônia Guajajara, em Mato Grosso do Sul. Em vídeo, a liderança na terra Kurupi pede o apoio do Ministério Público Federal e da Polícia Federal para resolver a situação de conflito na região.

O que diz a PM 394j5z
Diante das acusações de intimidação, a Polícia Militar negou qualquer tipo de confronto com os indígenas, confirmaram apenas que foram ao local para atender um chamado do proprietário da fazenda depois que os indígenas tentaram “impedir o trabalho de pessoas no interior da fazenda”.
Conforme apurado pela reportagem com a polícia, os funcionários realizavam o trabalho mecanizado de cultivo quando foram surpreendidos pelos kaiowás. Quando as equipes militares chegaram, no entanto, os indígenas recuaram. “Houve o acionamento da Polícia Militar. A guarnição se fez presente, resolveu a situação e retornou, sem necessidade de uso da força”.
Em nota Polícia Federal afirmou que está averiguando a situação.