Indígenas de MS são resgatados de trabalho análogo à escravidão em SP 34274h
Trabalhadores estavam em um frigorífico, atuando na coleta de frangos 3856y
Cerca de 35 indígenas da Aldeia de Amambai foram resgatados por equipes do MTE (Ministério do Trabalho e Emprego), em condições análogas à escravidão, em um frigorífico no interior de São Paulo. O caso aconteceu no dia 17 de março, mas só foi divulgado nesta sexta-feira (21).

De acordo com o Governo Federal, os trabalhadores foram recrutados sob promessa de que teriam o trabalho registrado na carteira, além de ficar em um alojamento com camas, armários, banheiros e alimentação custeada pela empresa.
O cacique da aldeia recebeu R$ 70 por cada indígena que aceitou ser levado até o frigorífico. Porém, quando o local foi inspecionado, constatou-se que a situação era extremamente precária.
Situação análoga à escravidão 6f266h
Os 35 homens encontravam-se amontoados em uma casa em péssimas condições. Na garagem, havia seis trabalhadores que dormiam em colchões no chão sujo e úmido, além de o cômodo estar infestado de besouros e mosquitos.
No primeiro andar da residência, três quartos serviam de dormitórios: no maior deles, seis homens dormiam no chão, enquanto outros cinco tentavam se acomodar na varanda, expostos ao sol e chuva.
Em outro dois quartos pequenos, dormiam mais dois trabalhadores em cada um. Além disso, mais alguns homens se abrigavam na varanda dos fundos, além de um corredor interno e externo sujeitos às mudanças climáticas.
A equipe do MTE também constatou que, na casa, não havia armários para que as roupas fossem guardadas, assim como os objetos pessoais. Na residência também não foram encontradas mesas e cadeiras. OS 35 homens possuíam apenas um banheiro à disposição.
A única comida encontrada pela fiscalização foi um arroz empapado, que estava em uma a no fogão. Nos fins de semana, a empresa responsável não fornecia alimentação adequada, deixando os trabalhos sem proteína.
Como não havia espaço para lavar ou secar roupas, alguns utilizavam a mesma vestimenta há duas semanas. Diante das irregularidades, a auditoria fiscal determinou a imediata paralisação das atividades, bem como a dispensa dos trabalhadores por culpa do empregador.
Os indígenas retornaram à aldeia onde moram e, ao todo, o pagamento das verbas indenizatórias chega a R$ 170 mil, além de R$ 85 mil e danos morais individuais. O total a ser pago diretamente aos trabalhadores é de R$ 255 mil, nesta sexta-feira (21).