Indígena morre no hospital horas depois de conflito com policiais do Choque 67mf
Confronto ocorreu pela manhã e teve 9 feridos, seis indígenas e três policiais r4t3f
O Hospital Regional de Amambai, município fronteiriço ao Paraguai em Mato Grosso do Sul, confirmou nesta tarde de sexta-feira (24) a morte de um indígena durante confronto com policiais militares em fazenda que é reivindicada como terra indígena. A PM informou que foi recebida à bala, enquanto o grupo de indígenas diz ter havido violência policial.
A vítima fatal ainda não foi identificada e tem cerca de 25 anos.

Segundo as informações apuradas, o indígena foi atingido por três tiros. Ao todo, 9 pessoas ficaram feridas no confronto, 6 delas indígenas e 3 policiais militares, que são do Batalhão de Choque da Polícia Militar. Os agentes de segurança pública serão trazidos de helicóptero para Campo Grande. Todos foram atingidos por disparos na região das pernas e, pelas informações já levantadas, não correm risco de morte.
O clima no local, na fazenda Borda da Mata, é bastante tenso. A segurança foi reforçada, inclusive com uso de helicóptero. O conflito teve dois momentos: pela manhã e agora à tarde, quando houve disparos até contra a aeronave do patrulha área do governo estadual.
Segundo as informações da Sejusp (Secretaria de Justiça e Segurança Pública) os policiais foram ao local para impedir que o grupo da etnia Guarani Kaiowá invadisse a fazenda e foram recebidos à bala. A gerente do local havia procurado a Polícia Civil ontem e feito boletim de ocorrência por esbulho possessório.
O relato de indígenas e entidade ligadas à questão agrária é de que houve violência policial. A fazenda ocupada fica num território considerado ancestral denominado Tujury Guapo’y Mirin. Desde o mês de maio há relatos de tensão na área, que está em nome de uma empresa e estaria arrendada para lavoura.
MPF (Ministério Público Federal) e Polícia Federal foram acionados e estão verificando a situação, conforme informado ao Primeira Pagina.
O território em disputa faz parte da aldeia Amambai, que é a segunda maior em população no estado, com cerca de 7 mil indígenas, conforme a Sejusp.