Há 5 meses, Iva foi enforcada e agredida por ex-marido em Ivinhema 203o3s
Em setembro do ano ado, Iva ligou para a polícia e avisou que fugiu de casa depois de ser agredida por Jorge da Silva Souza; agora ele está preso por feminicídio 6f6i46
Iva de Souza, de 48 anos, a terceira vítima de feminicídio em Mato Grosso do Sul, já havia denunciado o ex-marido por agressão à polícia e carregava uma ordem judicial que proibia Jorge da Silva Souza, de 33 anos, de se aproximar dela e de qualquer pessoa de sua família. Não foi o que aconteceu; na tarde de sábado (4) ela foi violentamente assassinada pelo companheiro.

Há menos de cinco meses, Iva precisou fugir de casa para continuar viva. Quem lê o relato dela sobre o dia 29 de setembro do ano ado, supõe o que ocorreu dentro da casa em que morava na tarde de sábado.
Depois de morta, as marcas no corpo de Iva contam a polícia o que ela não pode mais: foi esganada pelo ex-marido, sofreu pancadas na cabeça com um ferro de ar roupa e cortes com um canivete.
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As lesões de agora, são as mesmas de meses atrás. Em setembro, Iva ligou para a polícia e avisou que fugiu de casa depois de ser agredida pelo ex-marido. Quando a equipe chegou, ouviu que a mulher havia bebido durante o dia e isso teria sido motivo de discussão entre ela e Jorge. A briga, no entanto, evoluiu para agressão.
Jorge apertou o pescoço dela e depois a jogou no sofá, onde começou uma sessão de socos em sua cabeça. Ela conseguiu se soltar e foi procurar abrigo em outro lugar. O suspeito negou. Jogou a culpa na vítima e afirmou que ela começou a briga, tentou quebrar tudo dentro de casa e bateu na própria cabeça, por acidente, com um telefone.
Mas na delegacia, Iva revelou aos poucos anos de violência. Os dois viviam juntos há dez anos, mas fazia algum tempo que não estavam mais juntos, ainda assim, dividiam a mesma casa. Em depoimento, contou que já havia sido agredida, mas nunca teve coragem de denunciar Jorge, por medo.
No relatório psicossocial, respondeu que era sufocada, enforcada e agredida com socos, chutes, tapas e empurrões, que foi ameaçada de morte e que o marido tinha “comportamento de ciúmes excessivo e controle”.

Ela contou também que dependia financeiramente de Jorge e que não tinha filhos com ele. Segundo o delegado Gustavo Oliveira, nesta segunda-feira (6) o suspeito ou por audiência de custódia e teve a prisão em flagrante convertida em preventiva. A investigação ainda aguarda resultados do exame de necrópsia para saber se Iva sofreu violência sexual, já que foi encontrada nua.