Grupos criminosos que atuam em Ponta Porã são alvo de 3 operações da PF j3ug
Tráfico de drogas e arma, grupo que dá apoio financeiro ao crime e até criminosos especializados na criação de empresas de fechada são investigados pela polícia 453h4g
Grupos criminosos que atuam em Ponta Porã – cidade a 313 quilômetros de Campo Grande – são alvos de três operações da Polícia Federal nesta quinta-feira (22).
Uma das ações ataca direto um grupo especializado no envio de drogas e armas para outros estados do país; já a segunda tem como objetivo parar uma quadrilha que dá apoio financeiro para os traficantes.
A terceira ação foca em criminosos que criavam notas “frias” e empresas de fachada para facilitar o transporte de drogas.
A primeira operação é a Rota do Crime, que já está em sua terceira fase. As investigações contra os alvos começaram depois da apreensão de mais de uma tonelada de maconha e cinco armas de fogo em caminhão fretado com destino ao interior de São Paulo.
Segundo a Polícia Federal, o grupo criminoso usa empresas de fretes terceirizados para enviar drogas e armas de fogo de Ponta Porã para o resto do país.
Na segunda fase, a polícia revelou que para fazer os transportes, os criminosos usavam documentos falsos para forjar notas fiscais, adquirir celulares e gerenciar o esquema do tráfico. O número de mandados de busca e apreensão e de prisão nessa nova fase da ação não foram divulgadas.
Rastro Negado 3va35
Simultaneamente a Rota do Crime, os policiais cumprem três mandados de busca e apreensão para a operação Rastro Negado, que tem com objetivo desarticular grupo especializado em apoio financeiro a traficantes da região.

A operação nasceu com a apreensão de oito toneladas de maconha em 2020. Ao longo das investigações, foi descoberto um núcleo especializado em prestar apoio financeiro a organizações criminosas por meio da captação de valores, registro de bens em nomes de terceiros e inserção de dinheiro no Sistema Financeiro Nacional.
Por isso, foi feita a quebra de sigilo bancário de todos os envolvidos com pagamentos vinculados à apreensão de drogas e constatada a movimentação de mais de R$ 90 milhões em suas contas, sem qualquer indício de atividade financeira lícita que justifique o valor.
Nesta quinta-feira várias notas de origem estrangeira foram apreendidas pela polícia.
O esquema revelado foi tão grande que deu origem a uma terceira operação, também realizada nesta quinta-feira (22): a Partidas Dobradas.
Partidas Dobradas 1md4n

Na terceira operação expõe um esquema de empresas de fachada e venda de notas fiscais usadas para acobertar as cargas ilícitas vindas de Pedro Juan Caballero, no Paraguai e Ponta Porã, não só de drogas, mas de equipamentos eletrônicos e até cabelo humano.
As apurações, que contaram com apoio da Receita Federal, revelaram que desde 2018 o grupo atua no crime; nesse tempo foram mais de 35 mil notas fiscais, que somaram aproximadamente R$ 200 milhões.
Segundo a Polícia Federal, a pagamento pela emissão das notas eram feitas de várias maneiras, dentre elas, o recebimento de um percentual sobre o valor de cada nota fiscal.
“Os documentos fiscais emitidos pelo grupo ampararam o transporte irregular em território nacional de variados produtos, tais como eletrônicos, pneus, agrotóxicos, cabelo humano, garrafas térmicas, copos térmicos, postes de concreto, cimento, dentre outros. Muitos desses serviram também para ocultar drogas, armas e mercadorias de maior valor agregado”.
Nota PF
Enquanto o transporte era feito pelos “contratantes” ou terceiros, a receptação era intermediada por uma assessoria contábil, que criava empresas laranjas por curtos períodos e pois as descartavam ou substituíam.
Parte dos produtos contrabandeados ou descaminhados pelo grupo foram apreendidos em Mato Grosso do Sul, Santa Catarina, Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso.
Na ação de hoje, foram cumpridos cinco mandados de busca e apreensão nas cidades de Ponta Porã, Dourados e São Paulo (SP), um de prisão preventiva, além do bloqueio de bens pertencentes aos investigados.