Grupo investigado na morte de Zampieri tinha “tabela de preços” para assassinatos 1m1q4u

A investigação aponta que o assassinato do advogado Roberto Zampieri foi apenas uma peça em um esquema maior de crimes encomendados 2q372s

A Polícia Federal descobriu que o grupo criminoso alvo da 7ª fase da Operação Sisamnes mantinha registros manuscritos com uma “tabela de valores” para assassinatos por encomenda, com preços que variavam conforme a função ou influência da vítima.

Trechos da decisão obtidos pelo Primeira Página mostram como o grupo funcionava.

As anotações, encontradas durante as investigações, citavam nomes de autoridades do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal.

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A morte do advogado Roberto Zampieri desencadeou uma série de investigações. (Foto: reprodução)

Os documentos fazem parte de um relatório da PF que detalha a estrutura da organização criminosa, identificada como “Comando C4” — sigla para Comando de Caça Comunistas, Corruptos e Criminosos. O grupo era composto por militares da ativa e da reserva, além de civis, e atuava como um “clube da morte” especializado em execuções sob encomenda, espionagem e eliminação de adversários políticos.

O “Comando C4” foi responsabilizado pelo assassinato do advogado Roberto Zampieri, morto a tiros em dezembro de 2023, em frente ao seu escritório, em Cuiabá.

Por determinação do Supremo Tribunal Federal, foram cumpridos cinco mandados de prisão preventiva, quatro mandados de monitoramento eletrônico, seis de busca e apreensão, além de medidas cautelares como recolhimento domiciliar noturno, proibição de contato entre os investigados e proibição de saída do país.

Entre os alvos das prisões estão:

• Aníbal Manoel Laurindo (suposto mandante);
• Coronel Luiz Caçadini (financiador);
• Antônio Gomes da Silva (atirador);
• Hedilerson Barbosa (intermediador e dono da arma usada no crime);
• Gilberto Louzada da Silva.

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A investigação segue sob sigilo e apura a extensão da atuação do grupo, além de conexões com outros crimes e possíveis alvos de execução.

Como funcionava o Comando C4: a logística do crime revelada pela PF 654u2z

🔫

O grupo atuava como uma milícia de extermínio 1v5h73

  • Especializado em assassinatos por encomenda e espionagem
  • Alvos: políticos, empresários, ministros do Judiciário e outras figuras públicas

Valores cobrados para matar: 2m366q

Figuras comuns R$ 50.000
Deputados R$ 100.000
Senadores R$ 150.000
Ministros / Judiciário R$ 250.000
🚗

Equipamentos e veículos usados nas operações 1j1a2r

  • 02 fuzis lançadores de dardos (tipo captura de animais)
  • 05 veículos Doblò (para sniper em movimento)
  • 05 carros pequenos/médios usados
  • Placas frias para camuflar os veículos
  • 02 drones para monitoramento aéreo
  • Rastreadores veiculares para seguir os alvos
  • 05 telefones satelitais para comunicação segura
🏠

Infraestrutura e logística da quadrilha 6m6vj

  • Aluguel de casas e apartamentos temporários para vigilância e execução dos crimes
  • Uso de garotas e garotos de programa como iscas para atrair vítimas
  • Materiais de disfarce: perucas, bigodes, etc.

Venda de sentenças 71a2o

O assassinato do advogado Roberto Zampieri levou à descoberta de um esquema de venda de decisões judiciais no Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT). Em agosto de 2024, a Corregedoria Nacional de Justiça determinou o afastamento cautelar dos desembargadores Sebastião de Moraes Filho e João Ferreira Filho, além da abertura de reclamações disciplinares contra os magistrados.

Segundo o CNJ, há indícios de que os desembargadores mantinham amizade íntima com Zampieri, o que os tornava suspeitos para julgar processos patrocinados por ele. As investigações apontaram ainda que eles teriam recebido vantagens financeiras indevidas e presentes de alto valor para decidir processos conforme os interesses do advogado, que também atuava como lobista no tribunal.

A decisão do corregedor nacional, ministro Luis Felipe Salomão, determinou a quebra dos sigilos bancário e fiscal dos desembargadores e de servidores do TJMT, com análise de dados dos últimos cinco anos. A medida foi tomada após diálogo com o presidente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ministro Luís Roberto Barroso, diante da gravidade da situação.

Parte das provas contra os desembargadores foi extraída do celular de Zampieri, apreendido após sua morte. As conversas indicam a existência de um esquema de venda de decisões judiciais envolvendo também a cúpula istrativa do STJ, alvo de afastamentos durante as fases anteriores da Operação Sisamnes.

O Primeira Página procurou todas as partes envolvidas, e até a última atualização desta reportagem:

  • Aníbal Manoel Laurindo: Defesa ainda está acompanhando depoimento de cliente, estamos aguardando retorno;
  • Coronel Luiz Caçadini: O escritório Sarah Quinetti Advocacia Criminal informou que está acompanhando as diligências realizadas nessa manhã pelas autoridades. Até o momento, não foi encontrado qualquer elemento ilícito relacionado aos acusados nas buscas realizadas em Belo Horizonte;
  • Antônio Gomes da Silva: Defesa ainda não foi localizada;
  • Hedilerson Barbosa: Defesa ainda não se pronunciou
  • Gilberto Louzada da Silva: Defesa ainda não foi localizada;
  • Sebastião de Moraes Filho: Informou que trata-se de procedimento sigiloso e não se manifestará sobre;
  • João Ferreira Filho: Aguardando retorno.

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