Funcionária planejou e instigou ex a matar patrão para ficar com dinheiro, afirma polícia 311bu
A prisão de Joe, autor confesso, trouxe os indícios que faltavam para comprovar a participação de Nayara 3a472
O fim das investigações sobre a morte de Luiz da Conceição Tierre, 36 anos, e Adriano Medeiros Pereira, de 33, revelou um crime cruel, minuciosamente planejado por uma das funcionárias do lava a jato em que os dois homens foram baleados no dia 27 de maio, na Avenida das Bandeiras, em Campo Grande.
Para ficar com o dinheiro do patrão, a mulher criou uma verdadeira drama de novela, com direito a acusações de violência doméstica e uma falsa herança, segundo indicam as apurações policiais.
Para entender o crime, a polícia ouviu todas as pessoas com quem Tierre, dono do lava a jato, convivia e quem estava com ele no momento dos disparos. Uma dessas testemunhas era justamente Nayara Aparecida Garcia da Silva, a funcionária que nas imagens do crime aparece com uma arma na mão e tenta “impedir” o autor dos tiros, como mostrou o Primeira Página dias após o crime.
Ao longo das investigações, “falhas” na versão dessa personagem acenderam o alerta na equipe de investigação. O primeiro sinal de que algo não estava certo ficou evidente quando a polícia conseguiu identificar Joe como autor dos tiros que mataram Tierre e Adriano.
Mesmo falando a polícia que não conhecia o suspeito, as equipes constataram que o assassino era ex-marido de Nayara, o homem com quem ela ou nove anos e teve uma filha – hoje com 8 anos. A partir daí, a trama criada por ela foi se desfazendo.
Dissimulação 5ktd
Após dias foragido, Joe apareceu na delegacia e contou que era ameaçada por Tierre. Afirmou que o dono do lava a jato mantinha um relacionamento com a Nayara e já havia feito ameaças e até enviado um vídeo com uma arma nas mãos para ele. Alegou que saiu de casa no dia 27 de maio para vender o revólver de um parente e por acaso, no meio do caminho, encontrou a vítima.
Nas palavras do suspeito, lembrou das mensagens que recebeu e decidiu usar a arma. Afirmou que depois do crime, jogou o revólver em um córrego e se escondeu. No dia 31 de maio, no entanto, Joe foi preso pela 5ª Delegacia de Polícia Civil e mais uma vez ouvido pelo delegado Rodolfo Daltro.

Crime planejado 322cr
A prisão de Joe trouxe os indícios que faltavam para comprovar a participação de Nayara, mas revelou também outros detalhes importantes: a mulher planejou o crime e usou o ciúme do ex-companheiro para se livrar de Tierre e ficar com o dinheiro da venda de um sítio, cerca de R$ 60 mil que até agora estão desaparecidos.
Com o depoimento de testemunhas, principalmente dos filhos de Nayara – um adolescente e a menina de 8 anos – e outros funcionários do lava a jato, a investigação constatou que Nayara contou que era agredida e ameaçada por Tierre e usou o ciúme “doentio” de Joe para planejar a morte do patrão.
Toda a família sabia do crime, inclusive a filha mais nova do casal. Na noite anterior ao crime, o filho de Nayara recebeu o padastro em casa e o abrigou até o momento do crime. Mãe e filho tentaram “inocentar” o suspeito na delegacia no primeiro depoimento, mas diante das imagens de câmera de segurança, acabaram entregando que sabiam o nome do autor.
Enquanto Joe era calado pelo crime, Nayara aproveitou para cometer o dela. Pediu ao filho para ir até o lava a jato buscar a arma de Tierre, uma pistola 380, e uma pochete cheia de dinheiro. Assim o menino fez, segundo os funcionários do local.
Ele nega ter pego dinheiro, a mãe dele também. Mas a verdade é que os R$ 60 mil da venda do sítio nunca apareceram.
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A polícia então descobriu que a algum tempo Nayara se preparava para a morte de Tierre. No dia anterior ao crime ela não foi trabalhar. O motivo, segundo revelou, foi a necessidade de resolver pendências para receber uma herança. Na delegacia, explicou que o dinheiro vinha da madrasta do ex-companheiro e mostrou uma conversa de WhatsApp com uma mulher no celular.
Durante as apurações, no entanto, as equipes descobriram que a “madrasta” de Joe não existia. A foto do perfil era recordada da internet, uma farsa para confirmar a versão que ela contou para todo mundo antes mesmo do assassinato do namorado. O furto do dinheiro ainda foi confirmado pela filha da mulher a polícia.
Para a polícia, ela planejou o crime após ver o namorado com grande quantidade de dinheiro, já que além de vender uma de suas propriedades também era agiota. Nayara ainda nega o crime, mas agora responde aos crimes de porte irregular de arma de fogo, corrupção de menor (já que envolveu o filho adolescente no plano) e furto qualificado pelo abuso de confiança. Ela responde em liberdade enquanto a polícia caminha para a conclusão das investigações.