Com a proximidade do período de estiagem, uma das alternativas contra o fogo que historicamente avança por Mato Grosso do Sul nesta época do ano é a capacitação de trabalhadores para o combate eficiente às queimadas.
Combate a incêndios em Mato Grosso do Sul. (Foto: TV Morena)
A capacitação, realizada desde 2018 por meio de parceria entre empresas e o Corpo de Bombeiros, já ensinou técnicas de prevenção e combate a incêndios florestais a 173 brigadistas.
O curso de SCI (Sistema de Comando de Incidentes) prepara os profissionais para atuar com planejamento, resposta rápida e estratégias eficazes no controle de incêndios. Em 2026, a expectativa do setor produtivo e do poder público é dar continuidade a esse trabalho.
A capacitação é uma das ações da 13ª edição da campanha Fogo Zero, lançada nesta terça-feira (6), promovida pelo Sistema Famasul e pela Reflore/MS, com apoio do Governo do Estado, Corpo de Bombeiros Militar e Ibama/MS.
A campanha também mobiliza produtores rurais e empresas da cadeia florestal na tarefa de alertar e conscientizar a todos sobre os riscos das queimadas, que se espalham ao menor sinal de fogo.
Em agosto do ano ado, uma área do tamanho de trinta campos de futebol, em uma plantação de eucalipto às margens da BR-262, foi devastada, na saída para Três Lagoas.
Área devastada na saída para Três Lagoas. (Foto: TV Morena)
As chamas atingiram o mato seco, parte da fazenda e quase chegaram ao Assentamento Estrela, em Campo Grande. Mais de 160 famílias vivem no assentamento rural e em um acampamento. Todos temem os riscos das queimadas e ressaltam a importância de contar com uma equipe de trabalhadores capacitados para atuar contra o fogo na comunidade.
“A gente necessita desse efetivo com urgência, porque daqui a um tempo já volta a seca de novo, e a própria comunidade necessita muito desse treinamento — que venha da própria comunidade e nos dê estrutura para podermos ajudar também.”
Raul Nunes Malheiro, presidente da Associação dos Moradores do Assentamento Estrela.
Formação de brigadista em Mato Grosso do Sul. (Foto: TV Morena)
Nos últimos três anos, conforme a Famasul, foram realizados 219 cursos de prevenção e combate a incêndios nas áreas rurais, formando uma rede com mais de 2 mil profissionais capacitados para proteger as florestas.
“Nós temos os cursos de formação de brigadas, com efeito direto dentro das propriedades. A gente capacita os colaboradores das propriedades em relação à prevenção e combate, inclusive com a parceria com os bombeiros de Mato Grosso do Sul. Ao mesmo tempo, oferecemos assistência técnica no Pantanal, levando ao produtor rural conhecimentos sobre boas práticas de manejo e também sobre conscientização para prevenção e combate ao incêndio.”
José Pádua, gerente técnico do Sistema Famasul.
Outra medida de prevenção aos incêndios florestais é a antecipação das queimadas prescritas — o uso controlado e planejado do fogo para fins de conservação, pesquisa e manejo — conforme explica o tenente-coronel do Corpo de Bombeiros e presidente do Comitê do Fogo em MS, Leonardo Congro:
Alunos em atividade de combate a incêndio. (Foto: TV Morena)
“Nós já fizemos queimas prescritas no Parque Estadual do Rio Negro, visto que o Pantanal foi o bioma mais afetado. Foram quase mil hectares queimados por meio de queima prescrita, que é uma queima intencional, planejada para a redução de biomassa exatamente nos pontos onde há risco de incêndio. Então, entendemos que queimar agora evita o acúmulo de biomassa para o período mais crítico.
Tenente-coronel Leonardo Congro, presidente do Comitê do Fogo em MS.
Incêndios são ameaça constante em MS 5g4a4r
Em 2024, as áreas queimadas ultraaram 2 milhões de hectares. O estado registrou 11.993 focos de calor nesse período, e o cenário para este ano não é nada otimista.
“O prognóstico para 2025 se mantém em nível de alerta no estado. Desde o início do ano, e ciente dessa possibilidade, o estado vem se preparando: formando equipes de combatentes florestais, além de ações de preparação da tropa para esse trabalho extenso, que geralmente exige muito no bioma do Pantanal. O estado também vem atuando com outras instituições, por meio do Comitê do Fogo, para articular melhor essa resposta e tentar mitigar ao máximo os danos eventuais de futuros incêndios florestais.”
Tenente-coronel Leonardo Congro, presidente do Comitê do Fogo em MS.
A prevenção evita transtornos e prejuízos no campo.
“Daqui a pouco começa a secar, daí o fogo vem, e se você não estiver preparado, o pior acontece. O que a gente oferece sempre para o produtor é informação, é divulgação, é a pessoa estar preparada para esse momento. Para, quando a seca chegar, a gente não ter esse fogo. O que a gente quer é fogo zero.”
Júnior Ramires, presidente da Reflore/MS.
Vista aérea de combate a incêndio. (Foto: TV Morena)
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