Fazendeiro que desmatou Pantanal com agrotóxico fica em silêncio em depoimento 1x106a
O fazendeiro foi multado em mais de R$ 2,8 bilhões, a maior sanção istrativa já registrada pela Sema 4b465h
O fazendeiro Claudecy Oliveira Lemes, que desmatou mais de 80 mil hectares no Pantanal, em Barão do Melgaço, a 121 km de Cuiabá, ficou em silêncio em depoimento à Polícia Civil nesta terça-feira (16). O inquérito deve ser concluído nas próximas semanas.
“Ele ficou em silêncio, fazendo o uso do direito dele”, afirmou a delegada Liliane Muratta à reportagem. Segundo a delegada, embora o fazendeiro não foi preso, por a Justiça não ter acatado o pedido de prisão preventiva, ele ainda pode ser detido caso não cumpra as medidas impostas.
“Como é um inquérito com muitos documentos, muitos relatórios, muitos laudos, os próximos dias nós temos a previsão de finalizar”, frisou Muratta dizendo que as provas são sólidas.
Claudecy foi multado em mais de R$ 2,8 bilhões, a maior sanção istrativa já registrada pela Sema (Secretaria de Meio Ambiente de Mato Grosso), após usar agrotóxico na região do Pantanal para plantar capim. A reportagem tenta contato com a defesa do pecuarista.

Nesta investigação, o fazendeiro está respondendo pelo desmate químico, poluição por agrotóxico e manipulação de produto perigoso.
O pecuarista gastou cerca de R$ 25 milhões, segundo a investigação, em agrotóxicos ao longo de três anos. O fazendeiro usou 25 agrotóxicos diferentes, entre os princípios ativos estava 2,4-D, o mesmo usado composição do chamado agente laranja, desfolhante químico altamente tóxico usado pelos Estados Unidos na Guerra do Vietnã.
O MPMT (Ministério Público de Mato Grosso) recorreu da decisão que negou, no dia 18 de março, o pedido de prisão contra o pecuarista Claudecy. O novo apelo foi feito na última sexta-feira (12) e Justiça vai avaliar o caso.
Investigação 4k5f44
A segunda fase da Operação Cordilheira, que foi realizada de 8 e 12 de abril, para cumpriu ordens judiciais de sequestro, apreensão e indisponibilidade de bens referente ao desmate químico em uma área de mais de 80 mil hectares, de 11 propriedades no Pantanal.

A operação foi deflagrada pela Dema (Delegacia Especializada do Meio Ambiente). A investigação começou em 2022, após denúncia de que uma propriedade rural estava fazendo desmate químico.
Conforme a Dema, a ação resultou na mortandade de árvores, após o uso irregular e repetido de 25 tipos de agrotóxicos em área de vegetação nativa, promovendo o desmatamento ilegal em 11 propriedades rurais.
Segundo as investigações, a aplicação dos produtos tóxicos aconteceu com aviões, o que agravou ainda mais a situação.
A Delegacia Especializada do Meio Ambiente ressaltou que o Pantanal, por se tratar de área alagada, possibilita que as substâncias químicas sejam conduzidas pelas águas e atinjam a fauna, a ictiofauna e até mesmo os seres humanos, com a contaminação dos rios.
Além do órgão ambiental, a operação contou com o apoio do MPE (Ministério Público Estadual), da Politec (Perícia Oficial e Identificação Técnica) e do Indea (Instituto de Defesa Agropecuária).