Falta de psicólogos manda famílias de volta para casa na DEPCA 53cm
Enquanto as autoridades falam em criar uma "Casa da Criança", com atendimento ampliado, a situação tem ocorrido com delegacia especializada reduziu quadro de especialistas para ouvir as vítimas 5m3u5x
A DEPCA (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente) é a única unidade policial de Mato Grosso do Sul que conta com psicólogos para atender crianças e adolescentes vítimas de abusos e maus-tratos. Mas nesta segunda-feira (13), duas famílias deram com a cara na porta, e vão ter de voltar outra vez por motivos de: não havia profissional para o serviço especializado.
Enquanto as autoridades falam em criar uma “Casa da Criança”, com atendimento ampliado, a situação relatada acima tem ocorrido com frequência na delegacia em Campo Grande, levantou o Primeira Página,

Até janeiro, seis profissionais faziam os atendimentos na unidade especializada, onde tudo é pensando para acolher as vítimas sem causar mais transtornos. Na prática, o papel dos profissionais de Psicologiaé fazer as crianças contarem o que viveram da forma menos traumática possível, até de maneira lúdica, para conseguir fazer com que se soltem e revelem detalhes dos crimes, por piores que sejam.
O atendimento especializado também ajuda a identificar o que é ou não verdade em casos de alienação parental, ou mesmo na eventualidade de a criança criar fantasias. Por isso, o trabalho é essencial para a polícia desvendar casos que, em sua grande maioria, acontecem em locais fechados, sem qualquer tipo de testemunha.
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Com a troca de governo, as coisas mudaram. Quatro das seis profissionais foram exoneradas, em razão de ocuparem cargos em comissão. Permaneceram dois profissionais, pois são concursados.
Nos últimos dias, todo o atendimento foi feito apenas por uma pessoa, isso porque o outro psicólogo entrou de férias. Nesta segunda-feira (13), no entanto, nenhum dos dois foi trabalhar.
Segundo apurado pela reportagem, a pessoa que estava atendendo integralmente teve um problema de saúde e precisou de atestado médico. As férias do segundo contratado acabariam hoje também, mas o mesmo motivo o afastou da delegacia; um atestado de saúde.
Quem procurou a unidade nesta manhã, foi recebido pelos policiais, teve o boletim registrado, mas nenhuma vítima prestou depoimento. As famílias atendidas tiveram que preencher uma ficha cadastral e foram avisadas de que vão precisar voltar outro dia para conversarem com o psicólogo.
“Até a gente descobrir que o psicólogo não ia vir, ficamos esperando”, contou à reportagem integrante de uma famílias que foi até a unidade pela manhã.
No início da tarde, a equipe de reportagem voltou à delegacia. Duas famílias aguardavam para falar com os investigadores e foram atendidas, tiveram as denúncias registradas, mas foram avisados que não conseguiriam ser ouvidas. “É a primeira vez que eu tô vindo aqui. Avisaram que vão agendar o dia e avisar a gente”, contou uma das mulheres.
Conforme apurado pela equipe do Primeira Página, a delegada titular, Anne Karine Trevizan, chegou a pedir intervenção para a situação, sem que fossem adotadas providências de urgência.

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Para entender os motivos da falta de profissionais, a reportagem procurou diretamente Antônio Carlos Videira, titular da Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública de Mato Grosso do Sul). Ele confirmou o desligamento de profissionais e anunciou resolução até março da situação.
“As dispensadas eram contratadas em cargos comissionados, e agora faremos credenciamento para atender todo estado. O credenciamento é bem rápido, queremos agora em março concluir. Atende uma gama bem maior, a situação permite ampliar o atendimento a todo estado”, afirmou.
A DEPCA mudou de prédio no fim do ano ado, quando chegou a ficar dois dias sem atendimento para sair da sede no bairro Amambaí para a da Rua 25 de Dezembro, no Centro.